Segundo o técnico, ambos os jogadores manifestaram vontade de sair e André Horta vai vincular-se por empréstimo, com opção de compra obrigatória no final da época, aos gregos do Olympiacos, que já representou, na segunda metade da época passada, também por empréstimo dos minhotos. O médio já viajou para Atenas.

Sobre Matheus, a cumprir a 11.ª época nos minhotos, Carlos Carvalhal avançou que o checo Hornicek será o titular no domingo e isso terá "sequência" no resto da temporada.

Frisando ter uma "ótima relação" com ambos os jogadores, Carlos Carvalhal frisou que o Sporting de Braga "é demasiado grande para ter jogadores contrariados".

"O André Horta já vinha a manifestar muita vontade de sair há muito tempo, isso também o prejudicou em termos de opções, e não queremos jogadores contrariados. Ele é irreverente, não tem a estabilidade do irmão [Ricardo Horta], eu até lhe chamo o Vítor Baptista [antigo jogador que se notabilizou ao serviço do Vitória de Setúbal e Benfica na década de 1970] dos tempos modernos. Ele está, mas acaba por nunca estar. Não podemos contar com um jogador que sempre que o mercado [abre] está constantemente a pegar no telemóvel a ligar ao empresário [para sair]", apontou.

Em relação a Matheus, o treinador disse ser "um guarda-redes extraordinário, que marcou uma época com páginas de ouro [no Sporting de Braga].

"Estou muito grato como adepto e treinador ao Matheus. Tem uma idade que lhe permite ainda ter ambições de jogar noutro clube e não vamos contrariar essa intenção", disse.

Para o campeonato, os minhotos não vencem em casa desde 27 de outubro, na nona jornada (2-0 ao Farense) e, na quinta-feira, perderam, na Bélgica, diante do Union Saint-Gilloise por 2-1, depois de terem estado a ganhar, deixando muito complicadas as contas para o acesso à fase seguinte da Liga Europa.

"Se deixou marcas? Deixou nas pernas porque jogámos num campo em que nunca joguei na minha vida profissional, inacreditável, aquilo era uma lavoura. Mas, ao contrário do que possa parecer, tirámos muitas coisas positivas, senti a equipa muito unida e comprometida em condições muito difíceis, em termos de coesão de grupo deu um passo em frente", disse.

Os resultados da última jornada, nomeadamente a derrota do FC Porto com o Gil Vicente (3-1), em Barcelos, e a vitória dos 'arsenalistas' diante do Estrela da Andadora (1-0), fizeram encurtar a distância para os terceiros classificados, estando agora a seis pontos dos 'dragões'.

Apesar disso, o treinador "não quer alimentar expectativas" em relação a uma luta pelos lugares do pódio.

"Este é um ano muito difícil para o Sporting de Braga, um ano de transição. Ainda estamos em todas as competições, com jogos a meio da semana, o que torna as coisas mais difíceis. Não quero alimentar expectativas, não estamos muito distantes das equipas de cima, mas o foco é só no imediato, não consigo traçar objetivos a médio ou longo prazo", admitiu.

Depois de "duas vitórias muitíssimo boas no campeonato, uma brilhante no Estádio da Luz [frente ao Benfica, 2-1] e outra no difícil campo do Estrela da Amadora", Carlos Carvalhal quer o Sporting de Braga a "conseguir a terceira vitória seguida no campeonato, o que é inédito este ano".

O Boavista ocupa a última posição, leva oito jogos consecutivos sem ganhar [cinco derrotas e três empates], tendo a última vitória sido há quase três meses e vai apresentar-se em Braga com várias baixas.

"É um adversário que respeitamos muito mesmo, uma equipa de grande atitude e um compromisso coletivo muito forte. Hoje não há jogos fáceis e temos que fazer o nosso papel", avisou o técnico.

Sporting de Braga, quarto classificado, com 34 pontos, e Boavista, 18.º e último, com 12, defrontam-se no domingo, a partir das 20:30, no Estádio Municipal de Braga, jogo que será arbitrado por Hélder Malheiro, da associação de Lisboa.

GYS // JP

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