"Os terroristas russos voltaram a atacar maciçamente a Ucrânia. Os seus alvos não são instalações militares, mas infraestruturas civis essenciais", disse Chmygal na rede social Telegram, citado pela agência francesa AFP.
O chefe do Governo de Kiev disse que mísseis e drones (aeronaves não tripuladas) danificaram 18 instalações, "na sua maioria relacionadas com a energia".
A Rússia confirmou os ataques de hoje contra instalações energéticas na Ucrânia, em que utilizou "armas de alta precisão, segundo o Ministério da Defesa russo.
As forças armadas russas "continuam os seus ataques com armas de alta precisão e de longo alcance (...) contra o comando militar e os sistemas energéticos da Ucrânia", disse o ministério num comunicado.
"Todos os alvos designados foram atingidos", acrescentou, sem precisar.
Os ataques russos também provocaram o corte no fornecimento de água a 80 por cento dos consumidores em Kiev, o que corresponde a 350.000 casas, disse o presidente da câmara da capital, Vitali Klitschko na rede social Telegram.
O chefe da diplomacia da Ucrânia, Dmytro Kuleba, comentou que "em vez de lutar em terreno militar, a Rússia está a combater civis", noticiou a AFP.
Segundo a força aérea ucraniana, "mais de 50 mísseis de cruzeiro foram lançados" na Ucrânia por aviões do norte do Mar Cáspio e da região russa de Rostov.
As informações divulgadas pelas duas partes sobre o curso da guerra não podem ser verificadas de imediato de forma independente.
Os bombardeamentos de hoje seguem-se a um ataque contra a frota russa do Mar Negro em Sebastopol, na madrugada de sábado, que a Rússia atribuiu às forças ucranianas.
Na sequência desse ataque, Moscovo suspendeu o acordo sobre as exportações de cereais dos portos ucranianos, que tinha assinado, em julho, com as Nações Unidas e a Turquia.
A Rússia já tinha bombardeado em grande escala a infraestrutura de energia da Ucrânia depois de um ataque contra a Ponte da Crimeia, em 08 de outubro, que Moscovo atribuiu aos serviços secretos ucranianos.
A Ucrânia não assumiu a responsabilidade pelos ataques na Crimeia e em Sebastopol, que foram anexadas por Moscovo em 2014.
Os novos ataques acontecem numa altura em que a Ucrânia tem em curso uma contraofensiva no sul e no leste do país, depois de ter recebido armamento dos seus aliados ocidentais para combater a invasão russa, lançada em 24 de fevereiro deste ano.
O bombardeamento deliberado das infraestruturas de energia na Ucrânia faz recear um agravamento das condições de vida no país em guerra com a aproximação do inverno.
O instituto norte-americano para o Estudo da Guerra (ISW, na sigla em inglês), na sua avaliação mais recente sobre o conflito, considerou que a Rússia também está a apostar no colapso do apoio ocidental à Ucrânia durante o inverno, quando as populações europeias se insurgirem contra a falta de energia.
PNG // APN
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