"Eu não posso prometer [apoios] em nome da CPLP, mas o que eu posso prometer é que vamos mobilizar os Estados-membros, vamos apelar aos Estados-membros no sentido de olharem para esta situação, porque é certamente uma situação que requer o apoio e a solidariedade de todos os Estados-membros", disse Zacarias da Costa, na quinta-feira, após encontro com o primeiro-ministro são-tomense, Jorge Bom Jesus, em São Tomé.

Zacarias da Costa realçou que "o papel do secretariado-executivo da CPLP é mobilizar apoios não só dos Estados-membros, mas também apoios fora dos Estados-membros", incluindo os cerca de 30 países com o estatuto de observadores associados.

O secretário-executivo da CPLP disse acreditar que "haverá sempre interesse em apoiar" São Tomé e Príncipe, mas defendeu que a organização deve avançar para outras soluções, uma vez que estas situações têm sido recorrentes em alguns países da comunidade lusófona.

"Estas situações são recorrentes, não só aqui [em São Tomé e Príncipe], mas também em Moçambique por exemplo, e precisamos de seriamente olhar para a criação, se calhar, de um fundo de solidariedade ao qual os governos, quando estas situações acontecem, possam recorrer e apoiar de forma imediata as populações", defendeu Zacarias Costas.

Segundo o secretário-executivo da CPLP, outro tema que abordou com o chefe do Governo são-tomense prende-se com os preparativos para a realização da reunião ministerial dos ministros da Economia, Finanças e Comércio que terá lugar no dia 29 de abril, em Luanda, no âmbito do Fórum das Agência de Promoção de Comércio e Investimentos da CPLP que foi constituída no mês passado.

"O tema da cooperação económica e empresarial é um tema importantíssimo, na medida em que constitui um objetivo a atingir na presidência angolana, e também será constituída como o próximo foco da nossa comunidade, constituindo-se no quarto pilar da nossa organização", explicou.

Em finais de janeiro, o Governo são-tomense solicitou aos parceiros internacionais mais de 33 milhões de euros para recuperar infraestruturas, comércio e apoiar agricultores, após as fortes chuvas que atingiram o país e causaram duas mortes no final de dezembro do ano passado.

O arquipélago voltou a ser atingido por fortes chuvas em finais de fevereiro, que danificaram uma ponte que liga o norte do país à capital, e provocou inundação de residências e o centro hospitalar do distrito de Lembá.

O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) anunciou que prevê apoiar São Tomé e Príncipe com 1,3 milhões de dólares (cerca de 1,2 milhões de euros), enquanto o Banco Mundial anunciou 4,5 milhões de dólares (cerca de 4,1 milhões de euros) para o país fazer face aos prejuízos causados pelas fortes chuvas, sobretudo nos setores das infraestruturas e o comércio.

 

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