
"Um avião turco bombardeou uma família de agricultores (...) nas últimas horas de domingo", anunciaram as Forças Democráticas Sírias (HSD, na sigla em curdo), na plataforma de mensagens Telegram.
Num comunicado, as HSD, lideradas pela milícia curda Unidades de Proteção Popular (YPG, na sigla em curdo), disseram que o ataque ocorreu quando as vítimas estavam a levar a cabo trabalhos agrícolas.
A organização informou que os feridos foram levados para um hospital para tratamento e que o ataque aconteceu entre as comunidades de Qomji e Barj Botan, a sul da cidade de Kobani.
As HSD reiteraram a necessidade de "cessar todas as operações militares" para abrir um "diálogo pacífico" na Síria, após a queda do regime de Bashar al-Assad em dezembro, após a ofensiva de rebeldes liderados pelo grupo Hayat Tahrir al-Sham.
Já a Turquia declarou que "não negoceia com organizações terroristas", referindo-se à YPG, milícia que está ligada aos separatistas curdos armados do Partido dos Trabalhadores do Curdistão.
A Turquia, que ocupa atualmente uma posição dominante na situação na Síria após a queda de al-Assad, lançou recentemente várias operações militares em território sírio contra a YPG.
As autoridades de Ancara criticaram o apoio dos Estados Unidos às HSD, que lideraram no terreno a ofensiva contra o Estado Islâmico até à queda, em 2019, do autodenominado califado que chegou a controlar vastas áreas da Síria e do Iraque.
Procurando unificar a Síria após mais de 13 anos de guerra civil, a nova coligação governamental anunciou na terça-feira passada um acordo com as HSD para integrar as instituições civis e militares curdas no Estado.
Também no domingo, o Ministério sírio da Defesa acusou o movimento xiita libanês Hezbollah, antigo aliado de al-Assad, de ter raptado e executado três soldados sírios depois de os ter levado para o Líbano.
"Um grupo da milícia do Hezbollah [...] raptou três membros do exército sírio na fronteira síria-libanesa [...] antes de os levar para o território libanês e de os matar", declarou o ministério, citado pela agência de notícias oficial Sana.
O ministério especificou que o incidente tinha ocorrido perto da barragem de Zeita, a oeste de Homs, no centro do país.
Em comunicado, o Hezbollah negou qualquer envolvimento em confrontos com as forças de segurança sírias ou em território sírio.
Em fevereiro, as novas autoridades sírias anunciaram o lançamento de uma campanha de segurança na província fronteiriça de Homs, com o objetivo de fechar as rotas de contrabando de armas e mercadorias com o Líbano.
Na altura, acusaram o Hezbollah, aliado do Irão, de lançar ataques e de apoiar grupos de contrabandistas.
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