"Este resultado deveu-se à deterioração do défice da Conta Corrente (CC) em 291 milhões de dólares [255,2 milhões de euros], conjugado com o abrandamento do saldo superavitário da conta capital em 175 milhões de dólares [153,5 milhões de euros]", refere o relatório do documento do Banco de Moçambique sobre a balança de pagamentos, a que a Lusa teve hoje acesso.

Acrescenta que o comportamento do défice da CC "decorre do aumento do saldo negativo da conta de rendimentos primários em 37%", refletindo o "agravamento da componente de rendimento de investimento", em 35,5 %, devido "ao incremento da exportação líquida de capitais, por parte das empresas de investimento direto", em 48,6%, e ao reembolso de juros de dívida externa pública e privada, em 15% e 3%, respetivamente.

Contribuiu para a evolução da CC igualmente o aumento do défice da conta de serviços em 11%, "explicado pela subida dos custos líquidos das importações de serviços dos Grandes Projetos", detalha ainda o relatório do banco central.

Ainda assim, Moçambique fechou 2024 com reservas internacionais brutas de 3.804,4 milhões de dólares (3.336 milhões de euros), montante suficiente para cobrir quatro meses de todas as necessidades previstas de importação de bens e serviços.

Além disso, a posição "devedora líquida" da economia moçambicana em relação ao resto do mundo aumentou em 2,61 % durante o ano de 2024, ao registar um 'stock' de 71.296,4 milhões de dólares (62.538 milhões de euros), decorrente do incremento, em termos absolutos, dos passivos, de 5.733 milhões de dólares (5.029 milhões de euros), comparativamente aos ativos, que ascendem a 3.928 milhões de dólares (3.445 milhões de euros).

 

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