
De acordo com dados oficiais, o Produto Interno Bruto (PIB) de Macau cresceu 8,8% em 2024, sobretudo devido ao benefício económico das apostas feitas por visitantes nos casinos da região chinesa, que aumentou 21,8%.
Num comunicado divulgado na terça-feira, a Fitch disse acreditar que as receitas do jogo irão "subir mais gradualmente para cerca de 81% do registado em 2019", ano em que atingiram 292,5 mil milhões de patacas (34,7 mil milhões de euros).
Nos primeiros dois meses do ano, os casinos de Macau registaram receitas totais de quase 38 mil milhões de patacas (4,56 mil milhões de euros), mais 0,5% do que no mesmo período de 2024.
Os analistas da Fitch sublinharam as "políticas de vistos favoráveis para os visitantes da [China continental, investimentos não relacionados com o jogo e infraestruturas turísticas melhoradas".
Desde 01 de janeiro que os residentes da vizinha cidade de Zhuhai podem visitar Macau uma vez por semana e ficar até sete dias.
Ainda assim, a agência sublinhou que os números do turismo e do jogo terão uma "recuperação contínua, mas mais lenta" em 2025, em comparação com o ano passado.
"No entanto, uma desaceleração acentuada da economia chinesa, como os aumentos substanciais das tarifas dos EUA, e uma forte desvalorização do yuan [a moeda chinesa] representam riscos negativos para as perspetivas de Macau", referiu a Fitch.
A agência disse também esperar que "a dependência de Macau do setor do jogo persista", porque "as restrições à mão-de-obra" vinda do exterior e a falta de pessoal qualificado "continuarão a ser os principais desafios" para a diversificação da economia.
Macau empregava no final de janeiro quase 183 mil trabalhadores migrantes, um aumento de quase 30 mil desde o fim da política 'zero covid', em janeiro de 2023, mas ainda longe do pico máximo de 196.538, atingido no final de 2019.
As autoridades da região administrativa especial chinesa têm apontado as relações económicas com os países de língua portuguesa como uma das prioridades para reduzir a dependência dos casinos.
Ainda assim, a agência manteve o 'rating' de Macau em 'AA', o terceiro nível mais elevado, lembrando que é a única jurisdição sem qualquer dívida externa e que conta com uma reserva financeira no valor de 616,2 mil milhões de patacas (73,4 mil milhões de euros).
Num comunicado, a Autoridade Monetária de Macau sublinhou que a 'rating' da cidade "se deveu, principalmente, à situação altamente estável das finanças públicas e da balança de pagamentos (...), bem como ao compromisso do Governo (...) em continuar a adotar uma gestão financeira prudente, mesmo em períodos de ajustamento económico".
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