
"Com esta nossa leitura anunciámos que a Frelimo ganhou estas eleições nesta vila autárquica de Mocímboa da Praia", disse Anselmo Madjai, presidente da Comissão Distrital de Eleições, ao revelar publicamente os dados da votação.
Estavam inscritos para votar em Mocímboa da Praia 30.438 eleitores, mas apenas compareceram 15.581, o que representou uma taxa de abstenção de 48,1%.
A lista da Frelimo naquela vila, fustigada nos últimos seis anos por ataques terroristas, é liderada por Helena Bandeira.
Na votação desta quarta-feira em Mocímboa da Praia a lista da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) garantiu 31,5% dos votos, seguindo-se o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) com 1,9%, segundo o mesmo pronunciamento feito hoje.
Registaram-se ainda 540 votos em branco e 612 nulos neste apuramento.
Pouco mais de 4,8 milhões de eleitores podiam votar nestas eleições, tendo a porta-voz do Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE), Regina Matsinhe, assegurado à Lusa que se tratou de uma "votação foi ordeira e pacífica", embora apontando "incidências ao longo do dia" de quarta-feira.
Os eleitores moçambicanos foram chamados a escolher 65 novos presidentes dos Conselhos Municipais e eleitos às Assembleias Municipais, incluindo em 12 novas autarquias aprovadas por Conselho de Ministros em outubro de 2022, que se juntam a 53 já existentes, num total de 1.747 membros a eleger.
Nas eleições autárquicas de 2018, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo, no poder) venceu em 44 das 53 autarquias e a oposição em apenas nove, a Resistência Nacional Moçambicana (Renamo) em oito e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM) em uma.
A província de Cabo Delgado enfrenta há seis anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
A insurgência levou a uma resposta militar desde julho de 2021 com apoio do Ruanda e da Comunidade para o Desenvolvimento da África Austral (SADC), libertando distritos junto aos projetos de gás.
O conflito já fez um milhão de deslocados, de acordo com Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), e cerca de 4.000 mortes, segundo o projeto de registo de conflitos ACLED.
PVJ // ANP
Lusa/Fim
Comentários