A vacina, designada ADN / rTV, consiste no replicar do ADN de uma parte do vírus, para estimular uma "imunização efetiva" contra este, explicou Shao Yiming, um dos pesquisadores do Centro Chinês para Controle e Prevenção de Doenças, citado pelo jornal oficial em língua inglesa China Daily.
Segundo o responsável pelos testes, trata-se da primeira vez que uma vacina para combater a sida é experimentada em seres humanos.
"Com uma redução significativa na virulência, a vacina não causará infeção em recetores saudáveis", explicou o cientista.
A vacina em desenvolvimento não contém todos os segmentos do vírus, mas apenas algumas partes do seu material genético, para que as possibilidades de infeção sejam reduzidas consideravelmente.
O ADN do vírus continuará a replicar-se após a injeção, estimulando constantemente o sistema imunológico a produzir anticorpos, um processo semelhante às vacinas para outras doenças.
A maioria das vacinas contra o vírus da sida na China, e no resto do mundo, são do tipo "inativo": não contêm partes do ADN do vírus que podem ser replicadas, e, portanto, os seus efeitos no sistema imunológico são menores com o tempo.
A primeira fase de testes, iniciada em 2007, provou a "segurança" desta vacina, e a segunda fase servirá para "determinar o procedimento de vacinação" a ser seguido no futuro, descreveu Shao.
"A segunda fase dos testes clínicos vai ser concluída no primeiro semestre de 2021, e a terceira fase pode começar no final daquele ano e incluirá milhares de voluntários para testar a eficácia da vacina", acrescentou.
O grupo de pesquisa já recrutou mais de 130 voluntários, e os primeiros preparativos já estão em andamento em dois hospitais chineses, um em Pequim e outro em Hangzhou, na costa leste da China.
Segundo a Comissão Nacional de Saúde, o número total de infetados no país ascendia a cerca de 1,25 milhão de pessoas. Em média, todos os anos a China regista cerca de 80 mil novos casos de infeção.
Encarada outrora na China como uma "doença de estrangeiros", fruto de "um estilo de vida capitalista e decadente", a sida fez a primeira vítima no país em 1985.
JPI // SB
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