O ministro da Defesa israelita, Benny Gantz, referiu através da rede social Twitter que Israel deixou claro a Washington que "não irá cooperar em nenhuma investigação externa".
"Não permitiremos interferência nos assuntos internos de Israel", acrescentou.
Autoridades palestinianas, a família de Abu Akleh e a Al Jazeera acusam Israel de atacar e matar intencionalmente a jornalista de 51 anos, uma cidadã norte-americana que usava capacete e colete de proteção marcado com a palavra "imprensa" [Press, em inglês] quando foi baleada em maio na Cisjordânia ocupada.
A justiça norte-americana não reagiu no imediato às declarações de Gantz, noticiou a agência Associated Press (AP).
Em determinadas circunstâncias, a polícia federal dos EUA (FBI) ou outras agências realizam investigações sobre mortes ou ferimentos não naturais em cidadãos norte-americanos fora do país, principalmente se envolverem membros do Governo.
No entanto, estas investigações paralelas não são a regra e é raro que ocorram num país aliado dos EUA como Israel, que é reconhecido por Washington como tendo um sistema judicial credível e independente.
O Exército israelita admitiu no início de setembro poder ter disparado "acidentalmente" contra a jornalista palestiniano-norte-americana Shireen Abu Akleh, que morreu a 11 de maio após ser atingida com um tiro na cabeça, mas recusou abrir uma investigação criminal.
Segundo o Exército israelita, que deu conta dos resultados da investigação ao incidente registado na sequência de uma incursão militar no campo de refugiados de Jenin, na Cisjordânia, as tropas de Israel "atuaram corretamente" quando "confrontadas com disparos feitos por milícias palestinianas".
Esta versão é contrariada por testemunhas presentes no terreno, várias investigações de 'media' ou vídeos dos eventos verificados, onde não há evidências da presença de milicianos palestinianos na área, nem que as tropas foram baleadas nos minutos anteriores ao tiro letal que matou a jornalista.
O caso desta jornalista da Al Jazeera, motivou uma rara audição pública na Organização das Nações Unidas (ONU).
Pessoas próximas de Shireen Abu Akleh afirmaram na semana passada a investigadores da ONU, na primeira série de audições, que esta foi morta de forma intencional, no quadro da "guerra em grande escala" feita por Israel aos meios de comunicação palestinianos.
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