"Quando temos provas claras e inegáveis de injustiça, devemos às vítimas escolher um lado e levantar a voz", disse o líder da Aliança Democrática (AD, liberal e o segundo maior partido da África do Sul) através da sua conta na rede social Twitter, logo após a chegada à Ucrânia.

Falando aos meios de comunicação sul-africanos a partir de Kiev, Steenhuisen explicou que o motivo desta viagem é ver por si mesmo a devastação da guerra e recolher dados sobre a situação atual e as suas consequências potencialmente graves para as economias do continente africano.

O líder da oposição sul-africana também afirmou que há "provas irrefutáveis de que [o Presidente russo, Vladimir] Putin cometeu crimes de guerra na Ucrânia e deve ser responsabilizado".

O Governo sul-africano, aliado histórico da Rússia e seu parceiro no bloco BRICS (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), até agora evitou condenar o ataque orquestrado por Putin contra a Ucrânia.

O Presidente sul-africano, Cyril Ramaphosa, tem insistido que o seu país defende uma saída negociada, mas a sua postura equidistante tem sido objeto de inúmeras críticas no país.

Uma posição semelhante também foi adotada por muitos outros países africanos, que se abstiveram nas votações da Organização das Nações Unidas que puniram a Rússia.

Esta posição tem sido lida como ligada não apenas ao papel estratégico político e económico que Moscovo representa em grande parte da África, mas também a razões históricas como o apoio russo aos movimentos anticoloniais e à libertação dos povos africanos no século XX, como a luta conta o regime segregacionista do 'apartheid' no caso da África do Sul.

A Rússia lançou em 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que já matou mais de três mil civis, segundo a ONU, que alerta para a probabilidade de o número real ser muito maior.

A guerra causou a fuga de mais de 13 milhões de pessoas, das quais mais de 5,5 milhões para fora do país, de acordo com os mais recentes dados da ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas e políticas a Moscovo.

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