Os lucros do primeiro trimestre foram também 23% inferiores aos registados nos últimos três meses do ano passado, de acordo com o balanço do maior banco público brasileiro enviado ao mercado.

O lucro contabilístico do banco, excluindo efeitos não recorrentes, foi de 6,772 mil milhões de reais (cerca de 1,06 mil milhões de euros) no primeiro trimestre, menos 22,9% em termos anuais e 22,8% em relação ao último trimestre de 2024.

O lucro trimestral ficou abaixo das expectativas de todos os analistas, levando o Banco do Brasil a enviar um comunicado ao mercado anunciando a decisão de suspender, enquanto revê, várias das suas projeções para este ano, incluindo o próprio lucro e a margem bruta de juros.

O banco atribuiu a redução dos lucros a uma resolução do Banco Central que alterou o modelo de cálculo de provisões e a forma de classificar algumas despesas e receitas, o que o impediu de reconhecer cerca de mil milhões de reais (cerca de 157,1 milhões de euros) em receitas com empréstimos.

De acordo com o balanço do banco, a carteira de crédito expandida cresceu 14,4% nos últimos doze meses para 1,278 mil milhões de reais (cerca de 200 milhões de euros), impulsionada principalmente por empréstimos a empresas, que aumentaram 22,4 %, e a consumidores (+6,6 %).

A taxa de incumprimento, medida pelos empréstimos não pagos com mais de 90 dias de atraso, continuou a subir e atingiu 3,9% em março, após 3,3% em dezembro e 2,9% há doze meses.

O banco admitiu que tanto a taxa de incumprimento como o custo do crédito aumentaram, devido a incumprimentos no setor agrícola, que, apesar de esperar uma colheita recorde este ano, ainda está a pagar a fatura das perdas causadas por problemas climáticos nos últimos dois anos.

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