O objetivo da campanha do Presidente brasileiro é conseguir captar 70% do voto evangélico, tal como na sua eleição de 2018. De acordo com as últimas sondagens, Bolsonaro arrecada quase 60% desse eleitorado.

Questionado pela agência Lusa, o deputado federal Pastor Gil disse esperar que os evangélicos reconheçam "a importância do seu voto e da sua participação enquanto cidadãos brasileiros para que escolham reconduzir o Presidente", Jair Bolsonaro.

Na opinião do pastor da Assembleia de Deus e deputado federal pelo Partido Liberal (PL), o mesmo de Jair Bolsonaro, os pastores devem ter um papel de "influenciadores" do seu público-alvo, mas com respeito pelos limites da lei.

"O que podemos fazer é orientar, ajudar e respeitar uns aos outros em amor, com paz e união. Se entendemos que um candidato representa melhor esses princípios podemos ajudar apoiar, respeitando a legislação e o livre arbítrio", disse à Lusa o membro da Frente evangélica no congresso, que é composta por 181 deputados e oito senadores e partilhada entre parlamentares evangélicos (46%) e católicos (43%).

Quarenta e cinco por cento dos seus membros pertencem aos quadros do PL, Republicanos e Progressistas, partidos que apoiam a reeleição de Jair Bolsonaro.

Segundo um levantamento do portal Poder 360, desde o lançamento da sua pré-campanha, no dia 27 de março, Jair Bolsonaro participou em mais de 35 eventos de grupos evangélicos, contando com forte apoio da sua mulher, Michelle, conhecida evangélica, que organiza, com a Igreja Batista Atitude de Brasília, cultos dentro do Palácio do Planalto, sede da Presidência da República, além de várias ações de campanha focadas no público evangélico.

Michelle chegou a declarar que o Palácio do Planalto, antes era "consagrado a demónios" e que hoje é "consagrado ao Senhor".

Em paralelo, o objetivo passa por apelar aos valores ditos tradicionais de família, defesa do direito à vida, tentado fazer passar que a esquerda, personificada por Lula da Silva, é antagónica e perigosa aos valores conservadores.

"Os evangélicos preservam muito a família e sabem que o comunismo do Lula é para acabar com a família" e, por essa razão, é imperativo "impedir que um ex-presidiário [nome que a direita conservadora chama a Lula] volte a comandar o Brasil", disse à Lusa o polémico político brasileiro, deputado federal, filiado ao Partido Liberal Bibo Nunes.

Para o deputado federal Pastor Gil, a esquerda e o Partido dos Trabalhadores (PT), partido de Lula, têm alimentado "uma relação hostil com cristãos, especialmente do segmento evangélico, devido a suas posições totalmente antagónicas".

De um lado, considera o pastor, encontra-se Bolsonaro que defende o "direito à vida", "a guerra pela liberalização do aborto".

A direita e o mundo cristão, prosseguiu, defendem "a valorização da família e da continuação da espécie humana", em contraponto com a os partidos de esquerda que incentivam "relacionamentos não tradicionais, ao declínio da ordem e da moralidade", ou seja, procuram impor um "ideológico de uma minoria sobre uma maioria cristã existente no país trazendo incentivos à sexualização precoce de crianças, questões de género, orientação sexual, além de incentivar expressamente o aborto".

O ex-Presidente brasileiro Lula da Silva tem 45% das intenções de voto para as eleições presidenciais agendadas para daqui a menos de um mês, segundo a última sondagem divulgada pelo Datafolha.

Para vencer à primeira volta, que se realiza em 02 de outubro, é necessário mais de 50% dos votos.

O atual presidente brasileiro, segundo a sondagem hoje divulgada, manteve a sua percentagem de 32% das intenções de voto.

MIM // VM

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