O Plano Diretor de Macau (PDM), apresentado pelo Governo na semana passada, foi o tema central abordado pelos deputados de Macau durante os seus discursos da ordem do dia na Assembleia Legislativa (AL).

Habitação pública, a ampliação da linha do metro ligeiro, a construção da nova Biblioteca Central nos novos aterros, a diversificação económica de Macau através do desenvolvimento das convenções e exposições, da medicina tradicional chinesa e das indústrias criativas e culturais, foram alguns dos problemas apontados pelos deputados de Macau.

"O planeamento global deve articular-se com o Centro Histórico de Macau, com vista a assegurar o equilíbrio entre o desenvolvimento urbano e a conservação cultural, e a construir uma paisagem urbana verde", afirmou o deputado.

O centro histórico de Macau foi inscrito na lista do Património da Humanidade da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO) em 15 de julho de 2005, tendo sido designado como o 31.º local do Património Mundial da China.

A classificação integra vários edifícios históricos construídos pelos portugueses, incluindo o edifício e largo do Leal Senado, a Santa Casa da Misericórdia, as igrejas da Sé, de São Lourenço, de Santo António, de Santo Agostinho, de São Domingos, as Ruínas de São Paulo e Largo da Companhia de Jesus ou o Farol da Guia.

Ho Ion Sang defendeu ainda a necessidade de proteger as "características ambientais e os valores culturais da Colina da Ilha Verde, e o ambiente ecológico da Ilha de Coloane" através de um equilíbrio entre o desenvolvimento urbano e a proteção ambiental.

"Nos últimos anos têm-se encontrado, de quando em vez, carcaças de golfinhos, proponho, então, a expansão do espaço marítimo para impulsionar a economia marítima de Macau e da Área da Grande Baía, definindo, quanto antes, o zonamento marítimo funcional, em prol da cooperação regional, do aproveitamento científico de recursos marítimos e da proteção ecológica marinha", observou.

No mega plano para os próximos 20 anos, o Governo salientou que a habitação deverá ocupar 22% da área total dos solos de Macau, que em 2019 recebeu quase 40 milhões de turistas e é uma das cidades mais densamente povoadas do mundo, com 685.400 habitantes.

Por outro lado, estima-se para os novos aterros mais de 50 mil frações, prevendo-se um aumento da área habitacional na Ilha Verde, da Taipa e de Seac Pai Van.

Se os esforços de renovação urbana vão dar prioridade às zonas densamente povoadas, o plano para os próximos 20 anos vai também responder às atuais exigências de mobilidade dos residentes e à pressão rodoviária nas pontes e de circulação para aquela que é a fronteira mais concorrida com a China continental, as Portas do Cerco, garantiu o Governo.

MIM (JMC) // VM

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