"Considero, consideramos no Governo, que não é oportuno, que não tem sentido, reinstituir um serviço militar obrigatório, sobretudo nos termos em que ele existia e que esta própria expressão refere", afirmou Helena Carreiras.

A titular da pasta da Defesa manifestou, contudo, disponibilidade para "discutir modalidades de envolvimento" dos jovens com a Defesa.

A ministra da Defesa falava numa audição parlamentar no âmbito da discussão na especialidade do Orçamento do Estado para 2022, respondendo ao deputado do Chega Bruno Nunes, que perguntou à ministra se era favorável ao regresso do serviço militar obrigatório.

Nesta audição conjunta da Comissão de Defesa e na Comissão de Orçamento e Finanças, Helena Carreiras defendeu que "esse tipo de sistema de serviço militar não responde às necessidades estratégicas" das Forças Armadas.

"Nós precisamos de militares qualificados, militares que possam contribuir para a natureza das missões reais das Forças Armadas, que exigem esse tipo de tecnicidade, e é aí que temos de trabalhar", frisou.

Frisando que sabe que "há um debate que se pretende fazer" sobre a reinstituição do serviço militar obrigatório -- o que considerou ser normal "numa sociedade livre, democrática, onde todas as ideias e debates naturalmente podem fazer-se" --, a ministra da Defesa, sublinhou que, apesar de se opor a essa modalidade, isso não significa que não se possam "discutir modalidades de envolvimento" dos jovens com os temas da Defesa.

"Podemos e devemos [discutir essas modalidades]. Isso faz-se por muitos outros meios. (...) Tenho muitas ideias -- temos muitas ideias -- sobre como fazer essa crescente articulação com a sociedade, designadamente através da escola, do referencial de educação para a segurança, Defesa e paz, e através de outro tipo de projetos que expandem o alcance do próprio dia da Defesa Nacional, que tem contribuído também para essa relação", disse.

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