
"O nosso país conta, hoje, com 17 centros de dados, incluindo este da Vodacom Moçambique que acaba de ser inaugurado. O estabelecimento deste centro de dados constitui um ganho assinalável na caminhada que o nosso país trilha no âmbito da transformação digital", afirmou a governante, na cerimónia.
Benvinda Levi destacou a importância destes centros, por serem "fundamentais para as atividades dos setores público e privado", pela "centralização e armazenamento, com segurança, de volumes massivos de dados".
"Esta infraestrutura complementa os esforços que vêm sendo desencadeados pelo Governo e pelo setor privado com vista à criação de condições para o aumento e diversificação da capacidade de armazenamento de conteúdos e informações a nível nacional", enfatizou.
Avançou que o Governo "está a aprimorar a regulamentação na área de transformação digital", para "estabelecer um regime jurídico que responda aos novos desafios que advêm do rápido desenvolvimento das tecnologias de informação e comunicação".
"Estão em elaboração dispositivos normativos atinentes a segurança cibernética, crimes cibernéticos, proteção de dados, desenvolvimento, contratação, operação de serviços de computação de nuvem, entre outros. Com a elaboração desses instrumentos pretendemos dotar o nosso país de um ecossistema digital cada vez mais robusto, seguro e alinhado com as melhores práticas globais, bem como encorajar os investimentos neste setor que está em franco desenvolvimento", disse ainda Benvinda Levi.
O presidente do conselho de administração da operadora de telecomunicações móveis Vodacom, Lucas Chachine, afirmou que o novo centro de dados, cuja construção, na Matola, arredores de Maputo, arrancou em 2023, "não é apenas um investimento tecnológico", sendo também "um compromisso com o futuro, com o crescimento económico e com a modernização" do país e face à "revolução digital", que "já não é um conceito distante".
"Está a acontecer, e a forma como nos adaptarmos a ela determinará o nosso posicionamento na economia global. Países que investem em infraestruturas digitais robustas e seguras tornam-se destinos mais competitivos para o investimento, criam oportunidades para os seus cidadãos e garantem um futuro mais sustentável. Moçambique não pode e não deve ficar para trás. O mundo está a migrar para soluções digitais, armazenamento em nuvem e serviços inteligentes. O crescimento de setores como a banca digital, o comércio eletrónico, a saúde conectada e a inteligência artificial exige uma infraestrutura tecnológica de ponta, e é exatamente isso que este 'data center' representa", disse.
Lucas Chachine explicou que este centro de dados 'tier 3' -- o segundo mais elevado entre quatro níveis de resiliência - "garante que Moçambique possa armazenar e processar os seus próprios dados, com segurança, eficiência e soberania digital", já que até agora "muitas empresas e instituições têm dependido de centros de dados localizados" no exterior, com "custos elevados, maior latência, menor segurança e menos controlo" da própria informação.
Além do "impacto interno", Chachine destacou que com esta infraestrutura Moçambique "torna-se um destino mais atrativo para o investimento estrangeiro", passando a poder responder a empresas multinacionais e tecnológicas que "procuram países com infraestruturas de armazenamento e processamento de dados seguras e confiáveis": "E, agora, Moçambique pode oferecer essa garantia".
PVJ // ANP
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