"Sei que há um trabalho que está a ser realizado pelo Ministério dos Recursos Minerais e Energia e também o regulador, em conjunto com a indústria, para estudar formas de mitigação", declarou Max Tonela, ministro da Economia e Finanças de Moçambique, durante uma conferência de imprensa em Maputo.

Em causa está um alerta colocado em abril pela Associação Moçambicana de Empresas Petrolíferas, que pediu a revisão dos preços dos combustíveis e alertou que as dívidas do Estado às gasolineiras podem paralisar a distribuição num momento em que os preços no mercado internacional estão a disparar.

No total, segundo a Associação Moçambicana de Empresas Petrolíferas, o Governo moçambicano devia, até finais de abril, às gasolineiras acima de 110 milhões de dólares (cerca de 102 milhões de euros), um valor que continuava a crescer com a subida do preço do barril no mercado internacional em resultado dos impactos da invasão russa da Ucrânia.

Para Max Tonela, o problema é "geopolítico", destacando que os custos do barril continuam "muito elevados".

"Nós assistimos, em quase todo mundo, a necessidade dos países criarem condições para assegurar a continuidade do fornecimento de combustíveis. Corremos o risco de não poder dispor de fornecedores, caso não tomemos as medidas certas ou adequadas. Há um trabalho a correr", declarou o governante.

Em março, o governo moçambicano anunciou uma redução de taxas, custos e outros valores associados ao preço dos combustíveis para "mitigar o impacto da subida de preços" a nível mundial.

A última mexida nos preços dos combustíveis em Moçambique aconteceu em outubro de 2021, quando a Autoridade Reguladora de Energia (Arene) anunciou subidas entre 7% a 22%, refletindo a subida do preço do barril de crude que já se verificava na altura e que, entretanto, disparou com a ofensiva militar russa na Ucrânia.

EYAC (LFO)//RBF

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