Com 51,74% dos votos totais, Ersin Tatar, primeiro-ministro - que defende uma solução com dois Estados soberanos naquela ilha mediterrânica dividida -, afastou Mustafa Akinci, presidente cessante e partidário de uma reunificação de Chipre sob a forma de um Estado federal, que obteve 48.26% da votação.

Esta foi a segunda volta das eleições presidenciais na RTCN, que deixou pelo caminho nove outros candidatos, sete deles independentes, numa votação em que a abstenção se situou em torno dos 55%.

Estas eleições na RTCN, autoproclamada em 1983 e apenas reconhecida pela Turquia, foram encaradas como um teste para a ilha dividida, já que em confronto estão duas correntes que divergem na atitude a adotar face a Ancara.

Cerca de 200.000 cipriotas turcos que habitam no terço norte da ilha foram convocados nestas eleições para a "presidência" da RTCN, um lugar decisivo nas negociações entre as duas comunidades sobre uma possível reunificação da ilha.

No território, confrontam-se uma linha nacionalista ditada por Ancara e representada por Tatar, de 60 anos, e uma solução que conceda a esta entidade mais autonomia face à constante pressão da "terra-mãe", protagonizada por Akinci, de 72 anos.

Esta vitória de Tatar significa uma derrota para os apoiantes de uma solução confederal para a ilha dividida.

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