Segundo dados divulgados pelo Conselho Nacional Eleitoral, Sérgio Garrido, da aliança Mesa de Unidade Democrática, obteve 172.497 votos, correspondentes a 55,36% dos eleitores.

O candidato Jorge Arreaza, do Pólo Patriótico (Partido Socialista Unido da Venezuela e outras organizações) obteve 128.583 votos, correspondentes a 41,27% dos eleitores.

Na terceira posição, com 5.596 votos (1,77%) ficou Cláudio Fermim, de Aliança Democrática, tendo ainda sido registados 4.987 (1,67%) votos a favor de outros candidatos.

O candidato vencedor Sérgio Garrido atribuiu a vitória "ao povo de Barinas, à força democrática e à oposição" local.

"Povo de Barinas, aceito o desafio democraticamente e conseguimos ser um estado ícone de toda a Venezuela (...), hoje demonstramos que em unidade e com a vossa força conseguimos vencer os obstáculos. Apesar de tudo o que tivemos que enfrentar o povo conseguiu 'superar'. O triunfo é de toda a Barinas", disse durante uma conferência de imprensa.

Por outro lado, agradeceu às instituições locais e às Forças Armadas Venezuelanas por "se terem comportado à altura, institucionalmente".

Num comunicado ao país, o líder opositor Juan Guaidó, felicitou a população local, o governador e os partidos políticos democráticos pela "incontestável vitória na repetição ilegal das eleições" de Barinas.

"Numa jornada heroica, superando as incontáveis obstáculos colocados pelo regime e após (...) a legítima vitória obtida em 21 de novembro (...) Barinas voltou a alçar a sua voz e a demonstrar que não aceita uma tutela imposta pela ditadura", afirmou Guaidó.

Segundo o líder opositor, "o que aconteceu em Barinas representa um marco na luta empreendida pelos venezuelanos na resistência a um regime usurpador do poder".

Guaidó afirmou ainda que a Venezuela não pode ser submetida "a uma crise como a desencadeada pelo regime devido à falta de apoio popular" e que precisa de eleições presidenciais e parlamentares livres e democráticas.

As eleições regionais e municipais venezuelanas tiveram lugar em 21 de novembro de 2021.

No entanto, em Barinas, região, onde nasceu o ex-Presidente da Venezuela Hugo Chávez, as eleições foram anuladas pelo Conselho Nacional Eleitoral, por ordem do Supremo Tribunal de Justiça que constatou que o candidato da oposição Freddy Superlano concorreu apesar de ter sido desqualificado.

Freddy Superlano venceu por uma estreita margem o candidato apoiado pelo Governo, Argenis Chávez, irmão do falecido Hugo Chávez, que dias depois renunciou à possibilidade de recandidatar-se.

O STJ ordenou a repetição das eleições no estado de Barinas, após receber uma ação de tutela constitucional interposta por Adolfo Superlano (sem relação com Freddy Superlano) -- considerado dissidente da oposição --, alegando violação de direitos constitucionais porque Freddy Superlano se candidatou apesar de estar impedido legalmente.

Num comunicado divulgado pelo tribunal, foi também indicado que "as projeções registadas pelo Conselho Nacional Eleitoral (CNE) deram uma percentagem de votos a favor de Freddy Superlano de 37,60% em relação aos 37,21% de votos obtidos pelo candidato (oficial) Argenis Chávez".

FPG (SSM/JCR) // JMC

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