"Esta fase da especialidade vai ser fundamental. Esperemos que o Governo não fique orgulhosamente só em torno das suas propostas e perceba que o país precisa de estabilidade e compromisso", afirmou Inês Sousa Real.
Para a porta-voz do PAN, que participou hoje no Congresso de Nutrição Vegetariana "Legumina", no Porto, o Governo demonstrou que o Orçamento do Estado para 2025 "não serve os portugueses, nem as prioridades do país".
"Um Governo que está mais preocupado em dar um recuo civilizacional e dar apoio às touradas do que, por exemplo, em acabar com as tributações que existem sobre os bombeiros é claramente um Governo que está desalinhado com as preocupações sociais", assinalou.
Aos jornalistas, Inês Sousa Real afirmou que o Governo tem "as prioridades trocadas" e defendeu que as propostas de alteração ao orçamento apresentadas pelo PAN "dão resposta aos anseios legítimos da população" em matéria de habitação, transportes, saúde, combate à emergência climática e proteção animal.
Até ao final do dia de sexta-feira, os partidos com assento parlamentar entregaram 2.161 propostas de alteração do Orçamento do Estado para 2025. O PAN entregou mais de 200 propostas para o debate na especialidade do documento.
Questionada se o PAN acompanhava a proposta dos socialistas de um aumento extraordinário das pensões, a líder do PAN anuiu, mas disse ser preciso "ir mais longe" nos critérios.
"Demos entrada de uma proposta que visa corrigir os pensionistas que ficaram excluídos na entrada em vigor, em 2023, do regime de atualização. Entendemos que também devemos ir mais longe naquele que são os critérios da atualização das pensões precisamente para combatermos até o 'gap' de género que existe", observou, destacando que a pobreza e vulnerabilidade social "afeta sobretudo mulheres".
Inês Sousa Real defendeu ainda a necessidade de as despesas com medicação serem consideradas no cálculo das pensões, admitindo que o PAN quer "garantir que estes passos são dados neste orçamento".
Também questionada sobre as falhas nos serviços mínimos na greve do INEM, a porta-voz do PAN considerou que o serviço de emergência médica tem de ser "uma prioridade para o Governo".
"Não podemos ter uma saúde que não dá resposta em circunstâncias extremas de vida. Os portugueses sempre confiaram no INEM. Temos de garantir que conseguimos ter esta resposta e não que temos recuos ao nível do Serviço Nacional de Saúde (SNS). Claramente a ministra perdeu essas condições quando começamos a ter estes casos. Por muito menos vimos no anterior Governo demissões no âmbito da saúde", acrescentou.
Num evento que tinha o intuito sensibilizar para o impacto que as escolhas alimentares têm no ambiente, saúde e bem-estar animal, Inês Sousa Real destacou os projetos que estão a ser implementados nas escolas, fruto de uma colaboração entre a ProVeg Portugal e alguns municípios.
"Pelos vistos os alunos são menos resistentes do que alguns governantes, como é o caso do ministro da Agricultura", assinalou a governante do PAN, que quer que na Assembleia da República passem a ser disponibilizadas, uma vez por semana, refeições totalmente vegetarianas.
SPC // MDR
Lusa/fim
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