
"O que temos é de perceber o que levou, o que é que motivou que uma decisão dessas tivesse acontecido por parte da federação internacional", declarou o responsável pela pasta do Desporto em Portugal, à margem do lançamento de uma campanha do Instituto Português do Desporto e Juventude (IPDJ).
Pedro Dias admitiu ainda que "ninguém gostava" de ver atletas portugueses subir ao pódio nos Mundiais de judo, em Budapeste, sem que o hino nacional seja entoado, algo que poderá vir a suceder em função da decisão tomada pela IJF. No entanto, pediu "tranquilidade" ao invés de mais sinais de alarmismo.
"Para nós conseguirmos perceber as questões há que ter consciência de que, neste momento, há competições a decorrer e precisamos de manter um momento de tranquilidade. A época desportiva está a terminar e algumas modalidades têm competições muito importantes que estão a acontecer e isso não é benéfico para que decisões que devem ser ponderadas e tomadas com a máxima responsabilidade aconteçam", alertou.
O governante abordou também a possibilidade de a Federação Portuguesa de Judo (FPJ) vir a perder o estatuto de utilidade pública, mostrando alguma preocupação, ainda que aguarde pela atuação da justiça antes de emitir qualquer parecer.
"No dia 27 de março, todos fomos confrontados com uma situação inesperada em que foram feitas buscas em vários locais, nomeadamente à Federação Portuguesa de Judo, ao Instituto de Desporto e da Juventude, à residência de um anterior presidente da FPJ e a um clube da região de Coimbra. Já passaram 60 dias e, como é evidente, a justiça e as entidades que têm competência para analisar estas situações estão no terreno. Como devem compreender, não posso fazer outras declarações que não sejam constatar os fatos", concluiu.
A FPJ foi notificada na terça-feira da suspensão por um ano, imposta pela Federação Internacional de Judo (FIJ), devido a dívidas ao organismo regulador da modalidade que perfazem 800.000 euros, a quase duas semanas do início dos Mundiais, em Budapeste.
Portugal deverá competir na capital húngara, entre 13 e 18 de junho, com seis judocas, entre os quais o campeão mundial em 2019 e 2021 Jorge Fonseca (-100 kg), a campeã europeia vigente Patrícia Sampaio (-78 kg) e a 'vice' continental Catarina Costa (-48 kg).
Estão também inscritos Miguel Gago (-66 kg), Otari Kvantidze (-73 kg) e Taís Pina (-70 kg), que não têm a participação em risco, mas poderão ter de competir sem a bandeira portuguesa, conforme já reconheceu à agência Lusa o presidente da FPJ, Sérgio Pina.
RBYR (RPM) // MO
Lusa/Fim
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