Num vídeo publicado nas suas redes sociais, Mazanov queixa-se de ter tido a sua participação barrada por causa da sua "nacionalidade".
"Mais uma vez não posso começar uma prova por causa da minha nacionalidade. Sou bielorrusso, mas já não moro lá há alguns anos. Tenho vivido na Ucrânia, onde participo em várias competições e me preparo para o Dakar. Nos últimos três anos competi com a licença da Ucrânia em vários países e conquistei vários títulos e medalhas", disse o piloto da Husqvarna, que tem o sonho de se "qualificar para o Dakar".
A decisão de recusar a participação de pilotos de nacionalidade russa e bielorrussa (o presidente da Bielorrússia, Alexander Lukashenko, é o principal aliado da Rússia) foi tomada pela Federação Internacional de Motociclismo (FIM) no âmbito de uma série de "medidas de emergência" após a invasão.
No entanto, Mazanov garante que não apoia a guerra.
"Infelizmente, esta primavera, a FIM decidiu proibir cidadãos da Rússia e Bielorrússia, mesmo aqueles que partilham uma visão dos direitos humanos e estão contra a guerra e foram forçados a deixar as suas casas devido às suas posições. Lukashenko não é como os outros cidadãos da Bielorrússia, pois não apoiam estas ações. Por isso é que estas sanções não deviam ser contra os cidadãos da Bielorrússia", defende Mazanov.
O motociclista bielorrusso usou mesmo da ironia ao lamentar a decisão da organização portuguesa.
"Alguém da FMP [Federação de Motociclismo de Portugal] decidiu que a minha ausência iria por fim à guerra. Espero que isso aconteça brevemente", frisou.
À agência Lusa, o presidente da FMP, Manuel Marinheiro, explicou que se trata de uma medida implementada pela Federação Internacional e apoiada "por várias federações".
"Há decisão da FIM que todas as outras federações devem cumprir. É uma decisão complicada de tomar, mas algo deve ser feito", sublinhou.
Em causa, a nacionalidade dos pilotos e não o país que atribui a licença desportiva [Mazanov competiu já com a licença ucraniana].
A Baja de Portalegre é a última prova do Campeonato de Portugal de todo-o-terreno e disputa-se entre sexta-feira e sábado naquele distrito do Alto Alentejo.
Participam nesta edição comemorativa dos 35 anos da prova cerca de 400 equipas de 22 nacionalidades
A Baja de Portalegre é a única da Taça do Mundo Bajas FIA [automóveis] e Bajas FIM [motas] em Portugal.
AGYR // VR
Lusa/Fim
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