De acordo com os boletins de comparação de preços de eletricidade e de gás natural divulgados pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE), com base em dados do gabinete estatístico europeu (Eurostat), "no primeiro semestre de 2022, Portugal registou os preços de eletricidade mais baixos, tanto para o segmento doméstico como para o segmento não-doméstico, em comparação com Espanha, a média da União Europeia e a média da área do euro".

Já relativamente ao gás natural, "no primeiro semestre de 2022, Portugal registou os preços médios de gás natural mais baixos, para o segmento doméstico, em comparação com Espanha, a média da União Europeia e a média da área do euro", refere o regulador, notando que "os preços mais baixos ocorrem, em geral, nos países do leste da Europa, com Portugal a ocupar uma posição ligeiramente acima destes".

No segmento não doméstico, Portugal apresentou preços de gás natural mais baixos do que Espanha e a média da União Europeia, mas superiores à média da área do euro.

No primeiro semestre deste ano, o preço médio da eletricidade no setor doméstico nos 27 países da UE fixou-se em 0,2595 euros por quilowatt-hora (euros/kWh) e na zona euro nos 0,2695 euros/kWh, 12% e 16% mais caro, respetivamente, do que o valor praticado em Portugal (0,2320 euros/kWh).

No segmento não doméstico, o preço médio nos 27 países da UE fixou-se em 0,1926 euros/kWh e na zona euro nos 0,2004 euros/kWh, 35% e 40% mais caro, respetivamente, do que o valor praticado em Portugal (0,1426 euros/kWh).

Já "Espanha apresentou preços de eletricidade 38% e 48% superiores aos preços de Portugal, para os segmentos doméstico e não-doméstico, respetivamente", nota a ERSE.

Nos primeiros seis meses do ano, Portugal registou uma subida de 5,5% dos preços de eletricidade no segmento doméstico face ao semestre homólogo de 2021.

No segmento não-doméstico, registou "uma subida acentuada" dos preços de eletricidade, de aproximadamente 18,2% face ao semestre homólogo de 2021, mas ainda assim "bem inferior" à observada em Espanha, na UE ou na zona euro (entre 39,7% e 74,2%), refere o regulador.

Entre janeiro e junho, o preço médio da eletricidade (com taxas e impostos) no setor doméstico em Portugal (0,2320 euros/kWh) foi o 13.º mais caro entre os 27 países da UE, sendo que em primeiro ficou a Dinamarca e o mais barato foi praticado nos Países Baixos.

"No primeiro semestre de 2022, os preços de eletricidade para o segmento doméstico registaram os valores mais baixos nos países do leste da Europa e nos Países Baixos. Por outro lado, os países do centro da Europa, dos quais se destacam Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Espanha e Itália, apresentaram os preços de eletricidade mais elevados", refere a ERSE.

Relativamente ao gás natural, o preço médio no setor doméstico nos 27 países da UE fixou-se em 0,1080 euros/kWh), 13% mais caro do que o valor praticado em Portugal (0,0958 euros/kWh), enquanto o preço médio da zona euro foi 20% superior (0,1148 euros/kWh).

No setor não doméstico, o preço médio de 1,0687 euros/kWh do gás natural em Portugal compara ficou 1% acima dos 0,0679 euros/kWh da zona euro, mas 0,4% abaixo dos 0,0690 euros/kWh da UE27.

Já "Espanha apresenta, no primeiro semestre, preços de gás natural 17% e 11% superiores aos preços de Portugal, para os segmentos doméstico e não-doméstico, respetivamente", refere o regulador.

No semestre em análise, o preço médio (com taxas e impostos) do gás natural pago pelas famílias portuguesas foi o 10.º mais baixo dos 27 países da UE, sendo que o mais caro foi praticado na Suécia e o mais barato na Hungria.

A ERSE conclui ainda que, no primeiro semestre de 2022, "no leste da Europa se praticaram preços mais baixos de gás natural para o conjunto de consumidores domésticos. Por outro lado, a Suécia, Dinamarca, Chéquia e os Países Baixos registaram os preços de gás natural mais elevados da União Europeia".

Segundo o regulador, na eletricidade "Portugal já não se encontra entre os países com o peso mais elevado da componente de taxas e impostos, que inclui os CIEG (Custos de Interesse Económico Geral), no segmento doméstico, estando neste momento alinhado com a média da União Europeia. Para os consumidores não-domésticos, o peso das taxas e impostos é negativo, devido à componente de CIEG ser negativa".

Já no gás natural, "na componente de impostos e taxas, Portugal está entre os países com o peso mais elevado desta componente, no segmento doméstico, e o peso mais baixo no segmento não-doméstico".

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