"Não considero que haja qualquer possibilidade de extrapolação entre esses resultados e os próximos desafios eleitorais", afirmou José Maria Neves, numa conferência de imprensa para reagir aos resultados das eleições autárquicas de domingo.
Os resultados provisórios mostram uma reviravolta, com o Partido Africano da Independência de Cabo Verde (PAICV, oposição e que apoiou José Maria Neves nas eleições presidenciais) a vencer em 15 municípios, ficando o Movimento para a Democracia (MpD, poder) com sete - há quatro anos, o MpD (já no poder) vencia em 14 e o PAICV em oito.
As declarações surgiram em resposta à questão sobre a possibilidade de os resultados das autárquicas influenciarem a preparação para as eleições legislativas e presidenciais de 2026.
José Maria Neves Neves reiterou que "cada eleição é uma eleição" e referiu que os resultados devem ser analisados.
Para o chefe de Estado, as eleições autárquicas foram uma prova de que a democracia funciona e deram um sinal de maturidade do eleitorado, apesar da elevada abstenção.
"A abstenção fragiliza a democracia, quem não vota permite que outros decidam por ele e é importante nós continuarmos a fazer esse trabalho" de sensibilização para a importância do voto, referiu, para garantir o envolvimento cívico "de todos os cidadãos eleitores".
A abstenção geral deverá subir em relação às últimas autárquicas, de 41,6% para cerca de 50%.
Para as eleições de domingo havia cerca de 352 mil eleitores inscritos, sensivelmente mais 15 mil do que há quatro anos.
RS/LFO // MLL
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