A iniciativa é do projeto português Quinta de Portugal, financiado e implementado pelo Instituto Camões, e que este ano cumpre 20 anos em Timor-Leste de trabalho em prol da melhoria da produção do setor agrícola nacional.

Localizado na aldeia de Hularema (Seloi Malere), em Aileu, a 40 quilómetros a sul de Díli, o projeto da Quinta Portugal visa contribuir para a melhoria da segurança alimentar nacional, através do aumento dos rendimentos das comunidades rurais.

O projeto aposta na diversificação das suas produções agroflorestais e do fortalecimento das cadeias de mercado, estimulando a prática de técnicas de conservação e gestão sustentável dos recursos naturais.

Nesse quadro, e em colaboração com a Associação Café Timor, a Quinta Portugal promove na quinta-feira uma competição com 36 produtores locais de café com a ronda final de classificação, de onde sairão os três melhores.

O lote de café vencedor será homenageado durante uma curta cerimónia em Aileu, no dia 15 de setembro, e avançará para a competição nacional, que decorre em novembro.

Trata-se, segundo explica o projeto numa nota enviada à Lusa, de promover "tecnologias de melhoramento da colheita e processamento de café arábica com o objetivo de elevar a qualidade do café pergaminho produzido" e assim "poder atingir a classificação de café especial".

Na próxima semana, em Aileu, serão dados a conhecer os processos de trabalho realizados, as descobertas e os resultados alcançados por nove grupos de produtores de café arábica dos sucos de Seloi Malere (três grupos, 12 produtores) e Manucasa (seis grupos, 24 produtores).

Com o apoio da Quinta de Portugal e do Centro de Treinamento e Recursos de Aileu (CTRA), os grupos de Manucasa iniciaram na safra deste ano processo de "melhoria das técnicas de processamento de café pergaminho, com o objetivo de obter um produto de qualidade superior que pudesse garantir um preço de venda superior".

Os apoios prestados pela equipa técnica do Camões incluíram disponibilização de máquinas e outros equipamentos simples para processamento do café, treino e aconselhamento técnico semanal.

A Associação Café Timor (ACT) juntou-se à iniciativa para avaliar a qualidade do café produzido e para estabelecer "ligações a potenciais compradores de café interessados em trabalhar juntamente com os produtores para a valorização e melhoria da qualidade do café produzido por estes cafeicultores, motivando-os para que possam continuar esse trabalho de elevação da qualidade do seu café", explicou a Quinta Portugal.

"A atividade revelou-se bastante produtiva, com a generalidade do café pergaminho produzido a apresentar melhorias significativas na sua qualidade e com um terço dos produtores a alcançar níveis de qualidade elevada, o que é um bom indicativo do caminho a seguir por todos", destacou.

A Associação Café Timor é uma organização sem fins lucrativos constituída e gerida por um grupo de pessoas e empresas apaixonadas por café.

Criada em 2016, a associação reúne nos seus membros baristas, torradores, comerciantes, exportadores e cafeicultores.

O grupo tem como objetivo estreitar a sua relação com o Ministério da Agricultura e Pescas, criar novos canais para mercados de cafés especiais e desenvolver uma marca competitiva de café e profissionais de café, focando-se em ações de valorização e melhoria da qualidade do café produzido.

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