
Depois de uma arruada pelas ruas de Évora, Paulo Raimundo subiu ao palco do Teatro Garcia Resende para o seu primeiro discurso de campanha centrado nas críticas ao investimento em armamento e à guerra.
"Daqui dizemos, mais uma vez, de forma clara, zero cêntimos para a guerra deles. Todo o dinheiro, todo o esforço para a saúde, para a habitação, para as creches para os salários e para as pensões e zero cêntimos para essa estratégia belicista desse reacionário do Trump", afirmou.
Sem fazer qualquer referência a Vladimir Putin, Paulo Raimundo deixou também críticas à União Europeia, acusando-a de se vergar "que nem um cordeirinho" à estratégia do Presidente americano.
"O país não precisa de aumentar em 1,5% do PIB para a guerra e para o armamento. O país precisa é de 1% do PIB para a habitação. É esse o drama da juventude, é esse o drama do nosso povo", vincou.
Paulo Raimundo considerou ainda que, caso todos aqueles que empenharam "o seu tempo e as suas forças" e o seu dinheiro "na loucura da guerra" tivessem "empenhado isso tudo na exigência da paz", teria sido preferível para "o povo da Ucrânia, teria sido preferível para o povo russo, teria sido preferível para todos os povos em todos os conflitos".
No arranque do discurso com mais de 200 pessoas na plateia, Paulo Raimundo recordou que hoje se celebra o 80.º aniversário da vitória sobre a Alemanha nazi (hoje o dia é celebrado na Rússia, quando na Europa é assinalado um dia antes).
Pegando nesse exemplo, Paulo Raimundo considerou que a História revela que a política de confrontação resulta "sempre em horrores" para os povos e que esse rumo "nunca garantiu a paz".
Numa intervenção de menos de 20 minutos, o secretário-geral do PCP, além de abordar a guerra na Ucrânia, fez ainda referência aos conflitos no Iémen, no Sudão e entre a Índia e o Paquistão, alertando para as consequências de conflitos numa era nuclear, que seria "uma guerra sem retorno".
JGA // JPS
Lusa/Fim
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