"A Renamo, de forma inquestionável, é a legítima vencedora das eleições autárquicas, ao nível da cidade de Maputo, com 53%, correspondentes a 36 mandatos" da assembleia municipal da capital, afirmou Mondlane, em conferência de imprensa.

"Temos editais e atas físicas [dos resultados das eleições] guardadas neste momento em lugar muito seguro", porque "sabemos que existe uma tentativa de enviar pessoas para destruírem os editais", afirmou.

Mondlane afirmou que a Renamo não vai vacilar, nem vai negociar absolutamente nada, porque, disse, os votos e a vontade do povo são "inegociáveis".

Venâncio Mondlane avançou que o partido vai organizar, a partir de sábado, "a mega passeata da vitória - Maputo resgatado", convidando motociclistas, ciclistas, automobilistas e peões para se juntarem.

O cabeça-de-lista em Maputo da lista do principal partido da oposição em Moçambique elogiou a postura "republicana" da polícia da capital durante as eleições autárquicas, por ter recusado "orientações" para o "enchimento de urnas", mantendo uma atuação "isenta".

A Renamo já tinha reivindicado a vitória em Maputo na quinta-feira, tendo organizado uma passeata para agradecimento aos eleitores da capital.

No quadro dos resultados da contagem paralela que a Renamo distribuiu em Maputo, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo), partido no poder e que governa a capital, segue em segundo lugar, com 36% dos votos, e o Movimento Democrático de Moçambique (MDM), terceiro principal partido do país, com 6%.

O Secretariado Técnico da Administração Eleitoral (STAE) moçambicano confirmou na quinta-feira que ainda não recebeu qualquer resultado das eleições autárquicas nos 65 municípios e que o apuramento, 24 horas depois do fecho da votação, continua na fase intermédia.

Os eleitores moçambicanos foram chamados a escolher 65 novos presidentes dos Conselhos Municipais e eleitos às Assembleias Municipais, incluindo em 12 novas autarquias aprovadas por Conselho de Ministros em outubro de 2022, que se juntam a 53 já existentes, num total de 1.747 membros a eleger.

Moçambique está a iniciar um novo ciclo eleitoral, que além das autárquicas, prevê eleições gerais em 09 de outubro de 2024, nomeadamente com a escolha do novo Presidente do país, cargo ao qual o atual chefe de Estado, Filipe Nyusi, já não pode, constitucionalmente, candidatar-se.

Concorreram às eleições autárquicas mais de 11.500 candidatos de 11 partidos políticos, três coligações de partidos e oito grupos de cidadãos, tendo a CNE determinado 1.486 Locais de Constituição e Funcionamento das Assembleias de Voto e 6.875 mesas de Assembleia de Voto.

Nas eleições autárquicas de 2018, a Frelimo venceu em 44 das 53 autarquias e a oposição em apenas nove, a Renamo em oito e o MDM em uma.

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