No seu discurso inicial na IX Convenção Nacional da IL, em Loures, Rui Rocha fez sobretudo um balanço do seu mandato de dois anos enquanto líder do partido, mas optou também por deixar críticas aos três principais partidos parlamentares, começando por acusar o PS de não ter "aprendido nada".
O líder da IL afirmou que o secretário-geral do PS continua "a insistir na ideia de que o Estado deve ser o estratega", considerando que o que Pedro Nuno Santos quer fazer na verdade é "tirar o dinheiro dos bolsos dos portugueses" para "o Estado decidir as empresas em que aposta".
"Quero perguntar-vos diretamente: estão disponíveis para entregar o vosso dinheiro a Pedro Nuno Santos, ao PS, ao Estado que decidiu meter 3.200 milhões na TAP? Estão disponíveis para isso ou não?", perguntou, com os membros da sala a responderem em uníssono que não.
Para Rui Rocha, "Pedro Nuno Santos não aprendeu nada, o PS não aprendeu".
"E, a quem não aprende nada, o que podemos desejar é que tenha uma longuíssima cura de oposição, que fique muito tempo afastado do poder", disse, gerando um aplauso na sala.
Depois, Rui Rocha abordou os últimos meses de governação da Aliança Democrática (AD) para acusar o PSD de "publicidade enganosa" e de ter "feito muito pouco".
"Onde está o crescimento económico prometido? A descida de impostos prometida a todos? Perguntem às empresas se alguma coisa de relevante mudou nestes meses?", disse, desafiando ainda os membros a perguntarem aos portugueses se acham que houve mudanças em áreas como a saúde, a habitação, os transportes ou a educação.
"Houve um debate em que eu tive de dizer a Pedro Nuno Santos: não funciona, Pedro. Pois aquilo que eu quero dizer agora é: não funciona, Luís, não está a funcionar. Luís, o país não está a mudar, não está a fazer aquilo que era preciso", frisou.
Rui Rocha abordou a postura do Chega, acusando-o de fazer "publicidade fraudulenta", em particular por dizer que é necessário "combater os tachos", mas de ter viabilizado os processos de desagregação de freguesias, e defender que "quer limpar Portugal", mas ter deputados com problemas judiciais".
"O Chega afirma-se como partido de direita, mas a sua política económica é uma fraude para um partido de direita: mais Estado, mais despesa, mais intervencionismo. O Chega é uma fraude económica", acusou, considerando que o partido de André Ventura é "igualzinho ao PS" em termos económicos.
Depois de fazer estas críticas aos três principais partidos portugueses, Rui Rocha defendeu que a IL deve apresentar-se sozinha a eleições.
"O modo natural de a IL se apresentar a eleições é com as suas pessoas, as suas ideias e a sua visão para o país", defendeu.
TA // SF
Lusa/Fim
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