"A central energética que fornecia eletricidade a toda a margem direita da região de Kherson e a uma parte significativa da região de Mykolaiv está praticamente destruída", escreveu o presidente da Ukrenergo, Volodymyr Kudrytsky, na rede social Facebook, acrescentando que foi uma das "consequências do medo impotente dos ocupantes antes da sua fuga", na semana passada.
"A maior parte da região libertada de Kherson está sem eletricidade desde 06 de novembro [e] estamos a fazer o melhor que podemos para fornecer eletricidade às pessoas assim que possível", prosseguiu o responsável.
Kudrytsky indicou ainda: "A Ucrânia transmitiu a lista dos equipamentos de que a região de Kherson necessita aos nossos aliados internacionais [e] a Polónia e França já responderam".
Kherson foi a primeira grande cidade e a única capital regional a cair após a invasão russa, iniciada no fim de fevereiro deste ano.
A retirada forçada das tropas de Moscovo, perante a pressão da contraofensiva ucraniana, constituiu uma afronta para o Presidente russo, Vladimir Putin, que tinha ordenado a mobilização de 300.000 reservistas em setembro.
O exército russo realizou nas últimas semanas várias vagas de ataques maciços com mísseis e 'drones' (aparelhos aéreos não-tripulados) kamikazes a infraestruturas energéticas ucranianas.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,8 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa -- justificada por Putin com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 264.º dia, 6.557 civis mortos e 10.074 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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