Num comunicado enviado à bolsa de valores de Hong Kong, a Sands China revelou ainda que as receitas mais que duplicaram em comparação com os primeiros três meses de 2022, atingindo 1,27 mil milhões de dólares (1,16 mil milhões de euros).

Na nota, o diretor executivo da Sands China, Robert G. Goldstein, admitiu que "as restrições às viagens e a descida dos visitantes continuaram a afetar" o desempenho da operadora.

De acordo com dados oficiais, nos primeiros dois meses deste ano, Macau recebeu quase três milhões de visitantes, mais do dobro em relação ao mesmo período de 2022, mas menos 57% do que no início de 2019, antes da pandemia.

A China levantou em 06 de fevereiro o fim de todas as restrições devido à pandemia de covid-19 nas deslocações para Hong Kong e Macau, permitindo o reinício das excursões organizadas para as duas cidades.

Desde o início da pandemia, as operadoras têm acumulado prejuízos sem precedentes em Macau, que seguiu até meados de dezembro a política chinesa de 'zero covid', com a imposição de quarentenas, confinamentos e testagem massiva.

Ainda assim, Goldstein disse no comunicado de hoje que "está em andamento uma forte recuperação dos gastos em viagens e turismo", algo que em Macau se tem refletido tanto nos casinos como em outras áreas, acrescentou.

O executivo sublinhou que a Sands China permanece "profundamente entusiasmada com a oportunidade de continuar" a investir para "reforçar a atratividade turística de Macau (...), incluindo para visitantes estrangeiros.

A Venetian Macau, uma subsidiária da Sands, anunciou a 17 de dezembro que irá gastar 30,2 mil milhões de patacas (3,4 mil milhões de euros), incluindo 27,8 mil milhões (3,2 mil milhões de euros) em programas não jogo.

A aposta em elementos não jogo e em visitantes estrangeiros foram algumas das exigências das autoridades de Macau para a renovação por 10 anos das licenças das seis concessionárias a operar no território, que entraram em vigor a 01 de janeiro.

O Venetian Macau, propriedade da Sands China, foi o primeiro casino a estabelecer uma área exclusiva para jogadores internacionais, avançou na semana passada o Allin Media, 'site' especializado no jogo na Ásia.

De acordo com o portal, este espaço, onde os funcionários falam inglês, só está acessível a quem apresentar a permissão de entrada em Macau e um passaporte estrangeiro.

Na terça-feira, o líder do governo de Macau, Ho Iat Seng, confirmou que as seis concessionárias já criaram estas áreas exclusivas para jogadores internacionais em 12 casinos.

A nova legislação do jogo, revista em 2022, prevê a redução ou a isenção no pagamento de contribuições obrigatórias para quem conseguir atrair clientes fora do mercado chinês.

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