"O que nós exigimos é a revogação do sistema de avaliação do desempenho dos trabalhadores (Siadap 3) tal como ele existe e a sua substituição por outro que seja justo, formativo, equitativo, transparente e sem quotas", disse hoje o coordenador da Frente Comum, Sebastião Santana.

A Frente Comum defende também um sistema de avaliação que "não impeça a progressão dos trabalhadores", que "realmente os ajude" a melhorar o seu desempenho e "não a limitá-lo", como "acontece com este sistema de avaliação".

Sebastião Santana explicou ainda que hoje está a decorrer uma reunião técnica sobre o Siadap 3 e que os manifestantes estão junto à Presidência do Conselho de Ministros também para sublinhar a "insuficiência das propostas" que o Governo apresentou muito recentemente, de 1% de aumento intercalar, bem como o aumento das pensões que foi anunciado esta semana.

Para o coordenador da Frente Comum, são propostas "manifestamente insuficientes", embora resultem de um "processo de luta" dos trabalhadores da Administração Pública.

A Frente Comum continua a exigir uma "política salarial diferente", um aumento de 10%, com um mínimo de 100 euros para todos os trabalhadores, sendo que "não abdicará disso", já que o "Governo, o Estado e o país" têm condições para fazer "muito mais".

Além disso, adverte que para a larga maioria dos trabalhadores da Administração Pública é "impossível chegar ao topo da carreira", pois seriam precisos 120 anos e "ninguém trabalha 120 anos".

Quanto ao quadro macroeconómico, Sebastião Santana, considerou que "não é tão difícil assim".

Há uma "inflação grande", já que o Governo opta por "não controlar preços", e faz estas manobras como a redução do IVA, que nos bolsos dos portugueses vai ter um "impacto diminuto" e ao contrário favorece os grandes grupos de distribuição, pois já aconteceu com a redução do IVA nas gasolineiras, disse.

A Frente Comum fala no crescimento económico e no excedente orçamental que existem, nos milhares de milhões de euros de lucros na banca que o Governo "opta por não taxar" e afirma que isso "permitiria muitos avanços" face àquilo que o Governo tem estado a fazer.

Mas, opta por ter "contas certas", por ter um "défice de 0,4%" e, à conta desses 04%k, há "trabalhadores a passarem fome e a viverem mal", lamentou entretanto Sebastião Santana.

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