
No seu primeiro discurso perante o Congresso desde que regressou ao poder, em 20 de janeiro, Donald Trump adotou uma retórica de vitória, destacando que nas últimas seis semanas assinou cerca de 100 ordens executivas e mais de 400 ações executivas para restaurar o "senso comum, a segurança, o otimismo e a riqueza" nos Estados Unidos.
Numa situação pouco comum, o congressista democrata Al Green acabou expulso da sessão por interromper o discurso de Trump com protestos.
Ao longo do discurso, vários membros do Partido Democrata tentaram interromper a sessão conjunta do Congresso com vaias, enquanto o presidente da Câmara dos Representantes, o republicano Mike Johnson, teve que pedir ordem repetidamente.
Além disso, várias congressistas da Bancada Democrática de Mulheres compareceram ao discurso do Presidente dos Estados Unidos, no Capitólio, vestidas de rosa em sinal de protesto contra a sua gestão.
"Rosa não é apenas uma cor, é um símbolo de protesto, um símbolo do poder e da perseverança das mulheres. A verdade é que as mulheres não podem dar-se ao luxo de ter Trump", escreveu na plataforma X a congressista democrata Norma Torres.
A abertura do discurso de Trump foi dedicada a enaltecer os primeiros 43 dias do seu novo mandato, avaliando que desde o dia em que tomou posse tem adotado uma ação "rápida e implacável" para recuperar o "espírito", "orgulho" e "confiança" do povo norte-americano.
"O sonho Americano está a crescer mais e melhor do que nunca. O Sonho Americano está imparável e o nosso país está à beira de um retorno como o mundo nunca testemunhou e talvez nunca mais testemunhará", disse o chefe de Estado, enquanto os democratas gritavam "mentira".
"O povo elegeu-me para fazer o trabalho e eu estou a fazer. Na verdade, muitos declararam que o primeiro mês da nossa Presidência é o mais bem-sucedido da história da nossa nação", advogou ainda, sendo aplaudido de pé pelos republicanos presentes no Capitólio.
Trump aproveitou para expor as suas prioridades políticas, nomeadamente "resgatar a economia" norte-americana e obter alívio imediato para as famílias trabalhadoras.
O magnata acusou o seu antecessor, Joe Biden, de deixar o país numa "catástrofe económica e um pesadelo de inflação", apesar dos economistas indicarem o contrário.
"Joe Biden deixou o preço dos ovos sair do controlo e estamos a trabalhar arduamente para reduzi-lo novamente", acrescentou o Presidente, referindo concretamente à crise dos ovos no país, que estão em falta em muitos supermercados ou com preços muito elevados.
Trump dedicou ainda uma parte significativa do seu discurso a enaltecer o trabalho feito pelo homem mais rico do mundo, Elon Musk, que lidera o Departamento de Eficiência Governamental e que tem sido responsável pela demissão em massa de funcionários públicos.
Enquanto discursava, vários democratas levantaram placas onde se podia ler "falso", numa tentativa de fazer uma verificação de factos do discurso em tempo real.
"Não há nada que eu possa fazer" para agradar aos democratas, criticou Trump.
"É muito triste e não deveria ser assim", contestou.
Entre as figuras presentes no Capitólio estavam a primeira-dama, Melania Trump - que recebeu longos aplausos quando entrou no salão -, assim como Elon Musk, que também foi aplaudido pelos republicanos.
MYMM // APL
Lusa/Fim
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