Ser Paulo Portas sem ser Paulo Portas

Pedro Soares Botelho
Pedro Soares Botelho

Quem é, afinal, o grande sucessor de Paulo Portas? O CDS-PP vive, por estes dias, em algum alvoroço. Nuno Melo anunciou já a candidatura ao lugar de Francisco Rodrigues dos Santos. O congresso do partido foi antecipado, e o presidente do CDS-PP explica que o partido não pode perder tempo "em guerras internas" e tem de preparar as eleições legislativas, e considerou que os opositores "estão em campanha há muito tempo".

Numa declaração aos jornalistas na sede do CDS, em Lisboa, depois de se dirigir ao Conselho Nacional, que está hoje reunido à porta fechada por videoconferência, Francisco Rodrigues dos Santos foi questionado sobre as críticas do candidato à liderança Nuno Melo, que falou em falta de democraticidade interna da direção ao propor a antecipação do 29.º congresso para o final de novembro.

"Todos aqueles que se assumem portistas, que se dizem fiéis sucessores de Paulo Portas, hoje criticam por usar rigorosamente a mesma fórmula que Paulo Portas usou quando era presidente do partido", afirmou, acusando os críticos de "discrepância e incoerência" no discurso. Considerando que se tem "criado artificialmente uma divisão entre portistas e não portistas", Rodrigues dos Santos disse sentir-se "mais próximo de Paulo Portas do que aqueles que se apregoam portistas".

O líder, e recandidato, respondeu que decidiu "antecipar este congresso precisamente com os mesmos motivos" do antigo presidente, argumentando que "quatro meses é muito tempo em política". "Não podemos desperdiçá-lo em guerras internas, temos que preparar o partido para o próximo ciclo político que tem pela frente, que são as eleições legislativas e levar a marca do CDS ao Governo de Portugal", considerou.

Francisco Rodrigues dos Santos recusou também retirar espaço aos opositores internos, e afirmou que "estão em campanha há muito tempo”: “Eu estive em campanha pelo país só com um único propósito, fazer com que o CDS saísse mais forte e maior em urnas das eleições autárquicas, mas cruzei-me com muita gente que em vez de estar a fazer campanha pelo nosso partido, esteve a fazer campanha para o congresso", criticou.

Apontando que seus opositores estão a fazer campanha para o derrotarem no congresso desde o dia em que foi eleito, em janeiro do ano passado, disse que "não será certamente por falta de tempo, de disponibilidade e de meios que não farão oposição e não tentarão" derrubá-lo como líder do partido. "Esse argumento para mim não colhe", considerou.

O Conselho Nacional do CDS-PP está reunido por videoconferência e à porta fechada desde cerca das 11:00, para analisar os resultados das eleições autárquicas e marcar o 29.º congresso do partido, que será antecipado, e deverá realizar-se em 27 e 28 de novembro. As reuniões magnas centristas decorrem de dois em dois anos e se esta acontecesse na data prevista seria no final de janeiro ou início de fevereiro de 2022.

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