Em Lisboa, "bandeiras de todos os povos" voaram juntas. E isto mostra "uma alternativa à guerra"
A Jornada Mundial da Juventude (JMJ) já terminou, mas ainda está nas bocas do mundo por tudo o que foi dito e pelo que aconteceu em Lisboa. O encontro de jovens foi de tal forma impactante que, ainda hoje, o Papa Francisco o deu como exemplo para os países em guerra.
O que disse o Papa?
"Enquanto na Ucrânia e noutras partes do mundo há combates, e enquanto em certas salas escondidas se planeia a guerra, a JMJ mostrou a todos que um outro mundo é possível: um mundo de irmãos e irmãs, onde as bandeiras de todos os povos voam juntas, lado a lado, sem ódio, sem medo, sem armas", disse o pontífice na audiência geral de quarta-feira no Vaticano, na qual fez o balanço da sua visita a Portugal.
Na mesma intervenção, o Papa questionou se a "mensagem clara dos jovens" será ouvida pelos "grandes da terra". "Esperamos que o mundo inteiro os ouça e veja que estão a avançar", acrescentou, afirmando que a JMJ mostrou ser possível "uma alternativa à guerra".
Francisco dirigiu ainda algumas palavras de encorajamento ao povo ucraniano: "Muitos de vós vão em peregrinação a Jasna Góra (Polónia) e a outros santuários marianos, por isso confio-vos um desejo que trago no coração: o desejo de paz no mundo (...). Rezai por este dom inestimável, especialmente pela amada e atormentada Ucrânia".
O Papa assegurou ainda que durante a deslocação a Fátima rezou pela paz, "porque há tantas guerras em todas as partes do mundo".
Como está o conflito na Ucrânia?
Na verdade, pouco mudou. Estas são algumas das notícias mais recentes:
- Mais de quatro milhões de pessoas pediram proteção temporária à União Europeia, como consequência da invasão da Rússia à Ucrânia, entre 24 de fevereiro de 2022 e 30 de junho deste ano.
- A Rússia anunciou, nesta quarta-feira, que derrubou dois drones ucranianos que seguiam para Moscovo, um tipo de incursão que se multiplicou nas últimas semanas, e prometeu uma "resposta adequada" ao apoio dos países ocidentais a Kiev.
- As forças ucranianas reivindicaram hoje ter atingido a primeira linha defensiva da Rússia na frente sul, no âmbito da contraofensiva que procura chegar ao litoral e isolar a península da Crimeia ocupada por Moscovo.
- As tropas russas danificaram mais de 1.300 hospitais ucranianos, destruíram cerca de 550, feriram centenas de profissionais médicos e mataram mais de 100 médicos, no primeiro ano da guerra, segundo a médica e ativista russa Olesya Vinnyk.
- As Nações Unidas manifestaram-se "profundamente perturbadas" com os últimos ataques russos que atingiram edifícios residenciais e outros locais civis na região de Donetsk, no leste da Ucrânia, que mataram sete pessoas, cinco delas civis, e feriram outras 81.
- O presidente russo, Vladimir Putin, afirmou ter ordenado o aumento da produção dos 'drones' 'kamikaze' russos 'Kub' e 'Lancet', produzidos pelo consórcio militar Kalashniko, tendo como pano de fundo o conflito na Ucrânia.
- Os serviços de segurança ucranianos (SBU) informaram ter detido uma mulher acusada de ajudar a Rússia a preparar um alegado atentado contra o presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, durante uma visita a Mykolaiv, no sul do país.