Num comunicado, o SBU afirmou ter detido uma “informadora dos serviços secretos russos que estava a recolher informações sobre a visita planeada do Presidente à região de Mykolaiv”, perto da linha da frente, com vista a um “ataque aéreo maciço” por parte do exército de Moscovo.

Segundo a fonte, a mulher, que trabalhava numa loja de uma base militar, “tentou determinar a hora e a lista dos locais do itinerário provisório do chefe de Estado na região”.

O SBU divulgou uma fotografia desfocada da mulher, detida por agentes, bem como mensagens telefónicas e notas manuscritas sobre atividades militares, cuja veracidade não foi possível confirmar de forma independente.

Já hoje, na plataforma Telegram, Zelensky sublinhou que o SBU o tinha informado da tentativa de ataque e que o mantinha atualizado sobre a “luta contra os traidores” na Ucrânia.

O Presidente ucraniano visitou a região de Mykolaiv em junho, após a rutura da barragem de Kakhovka, que inundou grande parte do sul da Ucrânia, e no final de julho, após violentos bombardeamentos.

No comunicado, o SBU afirmou ter adotado “medidas de segurança adicionais” para a visita de Zelensky, mas não deteve imediatamente a mulher, “a fim de obter mais informações sobre os seus ‘patrocinadores’ russos e as tarefas que lhe foram atribuídas”.

De acordo com o SBU, a mulher tentou obter informações sobre a localização de sistemas de guerra eletrónica ucranianos e de armazéns de munições, tendo sido detida “em flagrante delito” quando tentava transmitir as suas informações aos serviços secretos russos.

Nesse sentido, é acusada de divulgação não autorizada de informações sobre armas e movimentos de tropas e pode ser condenada a uma pena de prisão de até 12 anos, segundo os serviços de segurança.

O sistema judicial ucraniano, sem que seja possível confirmar a independência das informações, anuncia regularmente a detenção de pessoas residentes na Ucrânia acusadas de transmitir dados ao exército russo.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).