Todos ajudam Israel, mas o avião português tarda em chegar

Beatriz Cavaca
Beatriz Cavaca

O conflito em Israel continua a ser o evento do fim de semana, num dia em que o gabinete do primeiro-ministro israelita anunciou que Benjamin Netanyahu recebeu o apoio incondicional do presidente ucraniano e dos chefes de governo alemão, britânico e italiano para se defender do ataque do grupo islâmico Hamas.

A acrescentar a estes também o presidente norte-americano, Joe Biden, informou que a ajuda militar dos Estados Unidos da América (EUA) "está agora a caminho" e que se espera mais "nos próximos dias".

Prometeu ainda a Netanyahu “apoio total ao seu Governo e ao povo israelita após um ataque horrível e sem precedentes dos terroristas do Hamas”.

Mais ainda, o chefe do Pentágono anunciou que os EUA começaram a entregar munições adicionais a Israel, sublinhando que o exército norte-americano está em processo de reforço da sua presença militar no Médio Oriente.

O primeiro pacote de ajuda militar “começará a partir hoje e chegará nos próximos dias”, disse o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, num comunicado, acrescentando que um porta-aviões estava a caminho do Mediterrâneo.

Com tanta ajuda a caminho do lado israelita, os 100 portugueses em Israel não deveriam ter muito com que se preocupar, porém, a situação parece que piora a cada momento e o avião da Força Aérea, bem como o contacto com a embaixada, tarda em ser eficiente.

Em entrevista ao SAPO24, Maria Rita Figueiredo, uma adolescente de 16 anos que estuda perto de Tel Aviv com a amiga também portuguesa Luísa Silva, contou que estão a tentar sair do país e não conseguem.

"A equipa que está responsável por nós começou a ser chamada para o exército e esta aqui cada vez menos pessoas da comunidade internacional, logo disseram-nos a ir embora também", referiu.

Sublinha também que na escola existem várias pessoas provenientes da Palestina e de Israel e que todos dizem que "desta vez é mais a sério, o que nos deixa menos tranquilas".

Foram os pais das raparigas que contactaram a embaixada, contudo dizem que a ajuda não foi muita. Entretanto, o maior medo das duas é o momento em que vão ter de sair da escola e dirigir-se a tempo de apanhar o voo ao aeroporto que fica a 30 quilómetros da sua localização atual.

"Vamos chamar um Taxi e tentar chegar ao aeroporto, mas temos medo que toquem as sirenes e sejamos parados a meio", diz.

Em Portugal, a mãe de Maria Rita, Magda Figueiredo, também falou com o SAPO24 e adiantou que nunca conseguiram contactar com a embaixada portuguesa.

"Estamos a esperar por informações que vão chegar num e-mail, diz-nos o gabinete consular", refere.

Entretanto, ao cair da noite, a Rádio Renascença avançou que o avião da Força Aérea e que vai repatriar portugueses que se encontram em Israel, deve partir ainda este domingo, por volta das 23h00.

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