Entre Maio de 1974 e Novembro de 1975 cerca de 500.000 pessoas vieram de Angola e Moçambique (não há números exatos), numa migração forçada que envolveu muito sangue, suor e lágrimas - situação de que o país não gosta de falar, mas que ainda é lembrada por muita gente. A jornalista Alexandra Marques
Leite da Inglaterra, farinha da União Soviética, conservas da Noruega, cobertores da Suécia e medicamentos da Austrália, mas também dinheiro, casas e até empregos são exemplos da ajuda externa a Portugal aos retornados após o 25 de Abril.
O sociólogo Rui Pena Pires considera que a rapidez com que o Estado social foi criado em Portugal só foi possível graças à integração dos retornados na administração pública, pilar do regime democrático que o 25 de Abril criou.