A Apple apresentou esta segunda-feira na sua conferência anual, a WWDC 23, os óculos de realidade aumentadaApple Vision Pro. É o primeiro produto da marca a ser apresentado desde que deu a conhecer o Apple Watch em 2014.
Como funciona o novo gadget da marca?
- Os óculos, que se assemelham a uns óculos de esqui futuristas, podem ser controlados através da voz, do olhar e de pequenos gestos com as mãos.
- Diz a marca que os Vision Pro vão “combinar na perfeição os conteúdos digitais com o espaço físico” permitir ver filmes em 3D e em 4K ou jogar 100 jogos da Apple Arcade.
- Vão ser lançados no início do próximo ano nos EUA e terão um custo de 3.499 dólares.
A Apple aproveitou o anúncio e chamou ao palco o Diretor Executivo da Disney, Bob Iger, para falar sobre o potencial criativo do dispositivo. Iger revelou algumas das ideias da Disney, que incluem uma nova forma de consumir desporto em direto ou de ver filmes, bem como a promessa de nos podermos tornar um super-herói da Marvel ou “vivermos um documentário da National Geographic” (em vez de nos limitarmos a ver). Ah, e também prometeu que o Disney+ estará disponível nos Vision Pro desde o Dia 1.
O momento iPhone da realidade virtual?
Como nota este artigo da The Verge, o anúncio dos óculos da Apple, para a indústria da Realidade Aumentada (RA), “é a melhor coisa que poderia acontecer a este setor”. Segundo os especialistas, seja a nível de software ou hardware, o produto da empresa liderada por Tim Cook pode “finalmente” fazer aquilo que se está a tentar vender há “uma década”: tornar o produto mais mainstream.
Aquilo que realmente está em jogo, lembra ainda o artigo, é saber se estes óculos vão ser o “momento iPhone” da realidade virtual e deste tipo tecnologia. Porque é sabido que a Apple raramente é a primeira a lançar produtos, mas quando o faz, o mundo por norma presta atenção — e tem a tendência para a seguir o que a maçã sugere.
Até ver, como nota a Axios, apesar dos esforços da Meta em fazer crescer o interesse pela realidade aumentada (ainda há pouco tempo anunciou os novos óculos Quest 3 e a redução do preço dos Quest 2), a maioria dos adultos americanos nunca os experimentou. Portanto, será interessante ver se no futuro a Apple vai ou não mudar essa tendência.
O que se passa no metaverso
Entre o fim de 2021 e durante quase todo o ano de 2022, ainda que os líderes das grandes tecnológicas não conseguissem chegar a um consenso sobre o que era exatamente o “metaverso”, a realidade é que o termo, independentemente da definição, era a palavra de ordem. No entanto, há meio ano apareceu o ChatGPT (fait-diver: celebra seis meses) e é da Inteligência Artificial (IA) que o mundo fala (uns preocupados com o futuro, outros a investir).
As notícias sobre o desinvestimento no metaverso por parte de grandes empresas como a Microsoft e as perdas da Meta Reality Labs levaram a que muitos vaticinassem a sua morte. Contudo, na opinião de vários especialistas, é manifestamente cedo para isso. Brittan Heller, uma advogada norte-americana especializada em tecnologia e direitos humanos, é um desses casos.
Num artigo de opinião publicado no site “The Information”, Heller destaca que o “ciclo da moda tecnológica quer fazer-nos crer que o metaverso está em declínio”, sendo que o seu lugar foi “usurpado” pela IA generativa. No entanto, na sua opinião, esta narrativa, “embora superficialmente atrativa, é uma ficção”. E justifica o ponto referindo que as tecnologias emergentes como estas “fazem parte de um ecossistema sinérgico” — e que em vez de “anunciar o fim do metaverso”, a IA generativa “pode muito bem vir a ser o seu catalisador, alimentando o desenvolvimento acelerado de tecnologias de realidade aumentada, tanto por parte das plataformas do metaverso como dos cidadãos do metaverso”.
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