Acompanhe toda a atualidade informativa em 24noticias.sapo.pt

De acordo com a Axios, a Meta prepara-se para cortar cerca de 600 postos de trabalho na sua equipa de IA. Os despedimentos atingem a FAIR, a unidade histórica de Investigação Fundamental em Inteligência Artificial e também a divisão de produtos e infraestruturas. A porta-voz da Meta, Ana Brekalo, confirmou a notícia ao The Verge: as demissões são reais. Ao mesmo tempo, a empresa continua a contratar para o seu novo projeto de “superinteligência”, o TBD Lab.

É uma mudança brusca. A FAIR, que durante anos simbolizou a aposta científica da Meta, perdeu protagonismo. A sua líder, Joelle Pineau, saiu no início deste ano. E em agosto, Alexandr Wang, agora com um papel de destaque na empresa, anunciou que a Meta iria “integrar e expandir muitas das ideias e projetos de investigação da FAIR nos modelos de larga escala conduzidos pelo TBD Lab”.

Na prática, a Meta está a concentrar esforços. Menos investigação fundamental, mais desenvolvimento direto em produtos de IA.

“Ao reduzir o tamanho da nossa equipa, será necessário menos tempo de discussão para tomar decisões, e cada pessoa terá mais responsabilidades, maior alcance e impacto”, escreveu Wang num comunicado interno, citado pela Axios.

Os funcionários afetados poderão candidatar-se a outras posições dentro da empresa.

A Amazon está a trocar humanos por máquinas?

Enquanto a Meta encolhe a sua equipa de IA, a Amazon faz o movimento oposto mas com outra lógica: substituir pessoas por máquinas.

Segundo o New York Times, a empresa de Jeff Bezos planeia evitar contratar mais de 600 mil trabalhadores nos EUA até 2033, apostando em robôs e sistemas automatizados. O objetivo é automatizar 75% das operações e eliminar 160 mil funções até 2027, poupando 12,6 mil milhões de dólares em apenas dois anos.

Os documentos internos mostram uma estratégia clara: tornar a logística da Amazon mais barata e mais rápida. De acordo com as contas da empresa, cada produto armazenado e entregue custará menos 30 cêntimos.

A Amazon sabe que o impacto social desta medida será enorme. Por isso, para suavizar a reação pública, ponderou evitar palavras como “automação” ou “IA”, substituindo-as por expressões neutras como “tecnologia avançada”. Internamente, até se discutiu o uso do termo “cobot”, que são robôs que colaboram com humanos.

Em reação às últimas notícias, a porta-voz da empresa, Kelly Nantel, desvalorizou os documentos e afirmou ao The Verge que “refletem apenas a perspetiva de uma equipa e não representam a estratégia geral de contratação da empresa. Continuamos a contratar em centros de operações por todo o país e anunciámos recentemente planos para preencher 250 mil vagas para a época festiva.”

Ainda assim, a tendência parece inevitável.

Citado pelo The Verge, o economista Daron Acemoglu, vencedor do Prémio Nobel de Ciências Económicas em 2024, deixou um aviso: “Nenhuma outra empresa tem o mesmo incentivo que a Amazon para descobrir como automatizar. Assim que conseguirem fazê-lo de forma rentável, essa prática vai alastrar-se a outras empresas. Se a Amazon atingir o seu objetivo, um dos maiores empregadores dos Estados Unidos passará a ser um destruidor líquido de empregos, e não um criador”.

A Meta reduziu o investimento humano em inteligência artificial. A Amazon aposta em robôs para crescer sem contratar. O resultado é o mesmo: menos pessoas, mais máquinas. As novas tendências de contratação na era da inteligência artificial começam já a fazer-se sentir, com mudanças estruturais a verificarem-se nas grandes empresas.

__

A sua newsletter de sempre, agora ainda mais útil

Com o lançamento da nova marca de informação 24notícias, estamos a mudar a plataforma de newsletters, aproveitando para reforçar a informação que os leitores mais valorizam: a que lhes é útil, ajuda a tomar decisões e a entender o mundo.

Assine a nova newsletter do 24notícias aqui.