Na rede social Twitter, Brian Acton publicou uma mensagem onde se pode ler “Chegou a hora. #ApagueOFacebook”.

O Facebook completou a compra da aplicação de mensagens móveis WhatsApp em outubro de 2014, pela quantia de 22 mil milhões de dólares (17,4 mil milhões de euros). O acordo de venda tinha sido assinado em fevereiro desse ano, atura em que se falou que o montante da transação atingiria os 19 mil milhões de dólares.

“Estamos a olhar para a frente, com vista a conectarmo-nos cada vez com mais pessoas em todo o mundo e a continuar a criar valor para as pessoas que usam o WhatsApp”, lia-se num comunicado divulgado pelo Facebook.

Os termos do acordo incluíam que o cofundador do WhatsApp, Jan Koum, tivesse assento na administração do Facebook. Jan Koum iria receber um salário simbólico de um dólar por ano, de acordo com a documentação entregue na Autoridade Bolsista Norte-Americana. O cofundador do WhatsApp Brian Acton ficou na companhia até ao final de 2017.

A Comissão Federal do Comércio, dos EUA, abriu esta terça-feira uma investigação ao Facebook que poderá implicar uma multa milionária, perante as suspeitas de facilitar o acesso a informação relativa a 50 milhões de utilizadores a uma empresa ligada a Donald Trump.

Durante o fim de semana, o norte-americano ‘New York Times’ e o britânico ‘The Observer’ revelaram que a empresa de análise de dados Cambridge Analytica teve acesso, em 2014, a dados compilados pela empresa dirigida por Mark Zuckerberg, o que supõe uma clara violação das condições de confidencialidade desta companhia emblemática das redes sociais.

Segundo a imprensa britânica, a empresa de análise de dados, que colaborou com a equipa de Trump durante a campanha eleitoral para as presidenciais de 2016, usou aquela informação para desenvolver um programa informático destinado a influenciar as decisões dos votantes.

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A Cambridge Analytica tem entre os seus investidores o chefe da campanha eleitoral de Trump em 2016 e posteriormente assessor deste na Casa Branca, até se demitir, Steve Bannon.

O Facebook já rejeitou as alegações, mas o facto de a Cambridge Analytica ter admitido que teve acesso a informação de milhões de utilizadores daquela rede social implica uma de duas: ou o Facebook sofreu um roubo de informação, ou violou as suas regras e facilitou os seus arquivos a terceiros, conclui o jornalista Rafael Salido, da agência Efe.

Em 2011, o Facebook comprometeu-se a solicitar o consentimento dos seus utilizadores antes de fazer determinadas alterações nas preferências de privacidade daqueles, como parte de um acordo com o Estado, que então a acusava de abusar dos consumidores, ao partilhar com terceiros informação não autorizada.

Por este motivo, a suspeita de que a rede social pode ter facilitado esta informação à Cambridge Analytica pressuporia que o Facebook violou o acordo, do que poderia resultar uma multa diária de 40 mil dólares (33 mil euros) diários por cada violação, como informou hoje a Bloomberg.

Esta possibilidade, bem como a perda de atração das ações Facebook, tiveram nos últimos dois dias um claro reflexo em Wall Street, com desvalorizações de quase 7% na segunda-feira e mais 2,56% hoje.

Esta terça-feira, a bolsa de Nova Iorque fechou em alta, apesar da queda das ações da empresa de Zuckerberg. Os investidores estão preocupados com um endurecimento da regulamentação das grandes empresas das redes sociais, depois das revelações sobre o desvio de dados pessoais.  De resto, o Facebook, que perdeu quase 7% na sessão bolsista de segunda-feira, fechou hoje a recuar mais 2,56%.

“As inquietações quanto a uma futura regulamentação são agora fortes”, consideraram os analistas da Briefing, em texto de comentário. Um endurecimento da regulamentação tende a aumentar os custos das empresas do setor.

A Twitter, por seu lado, caiu 10,38%, enquanto o governo israelita pondera ações contra esta rede social, que acusa de incitar ao terrorismo, por acolher contas de organizações que os dirigentes de Telavive consideram terroristas.

Estas não são as únicas preocupações de Mark Zuckerberg, que foi alvo de pedidos de audição por parte no Senado dos EUA e dos parlamentos Europeu e britânico.

Acresce que, segundo o 'The New York Times', o chefe de segurança do Facebook, Alex Stamos, anunciou a sua saída do cargo, devido a desacordos internos sobre como a rede social se deve posicionar perante a difusão de informações falsas.

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