“Na sequência de ataques maliciosos em grande escala contra os serviços DeepSeek, limitámos temporariamente os registos para garantir a continuidade do serviço. Os utilizadores existentes podem iniciar sessão normalmente. Obrigado pela sua compreensão e apoio”, disse a aplicação no seu portal na Internet.

A plataforma “está ainda a investigar o problema”, que fez com que os serviços web e as interfaces de programação de aplicações operassem com “desempenho degradado”, admitiu a DeepSeek.

Na segunda-feira, a aplicação liderou a tabela de descargas na App Store, tanto na China como nos Estados Unidos, batendo o popular ChatGPT.

Sam Altman, o líder da OpenAI, empresa que detém o ChatGPT, disse na segunda-feira à noite que o novo modelo do DeepSeek é impressionante.

“Especialmente tendo em conta o que conseguem entregar pelo preço”, acrescentou sobre Altman, na rede social X.

O modelo DeepSeek-R1, lançado a 20 de janeiro, é, de acordo com o criador, comparável ao modelo o1 da OpenAI, o criador do ChatGPT, na resolução de problemas matemáticos, programação e inferência de linguagem natural.

O modelo é uma criação da DeepSeek, empresa chinesa de modelação de inteligência artificial apoiada pela empresa de investimentos quantitativos Huanfang Quant.

A ferramenta de código aberto teve recentemente um impacto significativo na comunidade internacional de programadores e no setor tecnológico devido à sua eficiência e baixo custo.

Segundo a empresa, o modelo foi treinado ao longo de 55 dias, com um orçamento de 5,57 milhões de dólares (5,33 milhões de euros), utilizando um conjunto de 2.048 unidades de processadores gráficos H800 do fabricante norte-americano de semicondutores Nvidia, uma versão de baixa capacidade concebida para o mercado chinês, face às restrições impostas pelos Estados Unidos sobre as exportações de alta tecnologia para a China.

Este custo representa menos de um décimo da despesa de formação do modelo 4o da OpenAI, segundo a imprensa chinesa.

Após as notícias, o conglomerado norte-americano de semicondutores Nvidia ‘afundou’ em Wall Street ao desvalorizar 17%, na segunda-feira.

A perda de capitalização bolsista da Nvidia foi de 589 mil milhões de dólares (564 mil milhões de euros), equivalente a duas vezes o valor do produto interno bruto de Portugal no ano de 2023.

Esta perda é uma das piores alguma vez registada na praça bolsista nova-iorquina, apontaram os meios locais, com os investidores a digerirem a possibilidade de uma solução mais rentável que a dos grupos dos EUA em matéria de IA.

Em consequência da perda, a Nvidia perdeu o estatuto de empresa com a maior capitalização mundial, passando para trás da Apple e da Microsoft.