Acompanhe toda a atualidade informativa em 24noticias.sapo.pt
O novo grupo, ainda sem nome, deverá gerar receitas anuais de cerca de 6,5 mil milhões de euros (5,6 mil milhões de libras). A estrutura acionista ficará dividida entre a Airbus (35%), e a Leonardo e a Thales (32,5% cada).
Trata-se de uma das maiores alianças do setor na Europa, reunindo atividades de fabrico de satélites, sistemas espaciais, componentes e serviços, provenientes dos principais fabricantes aeroespaciais e de defesa do continente.
Num comunicado conjunto citado pelo The Guardian, Guillaume Faury, diretor executivo da Airbus, Roberto Cingolani, CEO da Leonardo, e Patrice Caine, CEO da Thales, afirmaram que a nova empresa representa “um marco decisivo para a indústria espacial europeia”.
“Ao juntarmos talentos, recursos, competências e capacidades de I&D, pretendemos gerar crescimento, acelerar a inovação e oferecer maior valor aos nossos clientes e parceiros”, disseram os três executivos.
A nova empresa, que terá sede em Toulouse (França) e empregará cerca de 25 mil pessoas, deverá começar a operar em 2027, após obter aprovação regulatória. De acordo com as empresas, o objetivo é alcançar sinergias anuais na ordem das várias centenas de milhões de euros em resultado operacional, a partir do quinto ano de atividade.
As negociações entre a Airbus, a Leonardo e a Thales decorrem há cerca de um ano, inspiradas no modelo da MBDA, fabricante europeu de mísseis controlada pela Airbus, Leonardo e BAE Systems.
Embora os três grupos tenham cortado milhares de postos de trabalho nas suas divisões espaciais nos últimos anos, garantem que não estão previstas reduções imediatas de pessoal ou encerramento de unidades, e que os sindicatos serão consultados sobre o projeto.
As dificuldades financeiras do setor estão bem documentadas: no ano passado, a Airbus registou encargos de 1,3 mil milhões de euros devido a contratos espaciais com fraca rentabilidade e anunciou 2000 despedimentos na sua divisão de Defesa e Espaço. A Thales Alenia Space, joint venture entre a Thales e a Leonardo, também eliminou mais de 1000 postos de trabalho no mesmo período.
Entretanto, a SpaceX, fundada por Musk em 2002, tornou-se uma das maiores startups do mundo, avaliada em 400 mil milhões de dólares (300 mil milhões de libras).
Além de oferecer serviços de lançamento de foguetões mais baratos, a sua constelação Starlink composta por pequenos satélites em órbita baixa — está a erosionar as vendas europeias de satélites geoestacionários de comunicações, maiores e mais dispendiosos.
A SpaceX é hoje líder mundial em lançamentos espaciais e internet via satélite, enfrentando concorrência sobretudo de outras empresas norte-americanas, como a United Launch Alliance (joint venture da Boeing e da Lockheed Martin) e a Blue Origin, fundada por Jeff Bezos.
A sua newsletter de sempre, agora ainda mais útil
Com o lançamento da nova marca de informação 24notícias, estamos a mudar a plataforma de newsletters, aproveitando para reforçar a informação que os leitores mais valorizam: a que lhes é útil, ajuda a tomar decisões e a entender o mundo.
Assine a nova newsletter do 24notícias aqui.
Comentários