Em comunicado enviado à Lusa, a UMinho, que participou na invenção do "Pharos", nome dado àquele "amigo interativo", explica que o robot "pretende promover o envelhecimento ativo da população e combater a solidão".
Desenvolvido em conjunto com a Politécnica de Valência e de Alicante (Espanha), o "Pharos" pode "tornar-se um assistente virtual, amigável e de fácil utilização, ajudando os seniores a manterem uma vida mais saudável".
O "Pharos", um "modelo humanoide fabricado no Japão", funciona "graças a um sistema" criado por Ângelo Costa e Paulo Novais, do Synthetic Intelligence Lab do Centro Algoritmi da UMinho, que permite ao robot "avaliar o estado físico dos idosos para depois recomendar as atividades mais adequadas".
Segundo o texto, um dos módulos do ‘software' concebido na UMinho" integra um mecanismo de apoio à decisão, baseado no estado de saúde e no perfil do utilizador, que permite ao robô construir um plano de exercícios personalizado e ajustável consoante as necessidades".
A academia minhota explana que "há ainda outro módulo que, recorrendo à inteligência artificial, possibilita a avaliação do rendimento, a identificação de eventuais problemas de saúde e a confirmação de que os exercícios estão a ser feitos de forma apropriada".
O estado de saúde dos idosos é avaliado recorrendo a dois processos: "É verificado numa primeira fase se a capacidade de movimento se situa dentro dos limites de modelos genéricos, de acordo com a idade, sendo depois avaliado no histórico de cada utilizador se há manifestamente uma degradação linear das capacidades físicas", descreve o comunicado.
"Um baixo rendimento nos exercícios pode revelar problemas subjacentes que seriam impossíveis de detetar de outra forma. Esta técnica de inteligência artificial é inovadora porque utiliza apenas as câmaras presentes no robô para a deteção dos movimentos", explica no comunicado o investigador Ângelo Costa.
A informação é comunicada verbalmente e fisicamente pelo "Pharos", através de movimentos de braços, cabeça e torso, e aparece também num ecrã integrado que permite uma interação mais direta com o utilizador.
O "Pharos" mede 1.2 metros e pesa 28 quilos, tendo um "aspeto amigável" que ajuda a adoção e o uso por parte dos idosos.
A Uminho lembra dados revelados pela ONU que apontam que a população europeia com mais de 60 anos é de 13%, prevendo-se que esta ultrapasse os 25% em 2050.
"Os serviços de apoio a estas pessoas, como cuidadores e residências, não vão conseguir acompanhar esta subida, fazendo com que cada vez mais idosos fiquem desamparados em casa", alerta o professor Paulo Novais.
"Apesar do esforço realizado por várias entidades para colmatar este problema social, a UMinho coloca-se com este projeto na dianteira em termos de desenvolvimento de robôs assistentes para pessoas idosas", realçam os cientistas.
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