“Trata-se de um projeto inovador em Portugal, no qual foram utilizadas as tecnologias mais recentes de Inteligência Artificial (IA) e o ChatGpt, cujo objetivo é promover a região de Terra de Miranda no que respeita à sua cultura, património, turismo e tradições, onde esta primeira versão será subordinada ao tema Pauliteiros de Miranda”, disse à Lusa Filipe Machado, um dos coordenadores desta iniciativa tecnológica e membro do CIT-Terras de Miranda.
De acordo com os promotores do projeto, esta primeira versão, dedignada por “Beta”, vai incidir nestes típicos dançadores e danças do Planalto Mirandês, no distrito de Bragança.
“Nesta versão [Beta], os objetivos é que sejam dadas respostas obtidas a partir de documentação existente e validada pelo município de Miranda do Douro, sobre o qual é gerada uma base de conhecimento que vai permitir que a inteligência artificial construa e forneça respostas restritas ao tema”, vincou Filipe Machado.
O responsável acrescentou ainda que esta tecnologia “permite, de uma forma inclusiva, que qualquer pessoa seja residente, emigrante ou estrangeiro, coloque questões e obtenha respostas no seu idioma natal utilizando a voz ou a escrita”.
“O tema Pauliteiros de Miranda, nesta versão [Beta] vai conter documentação disponibilizada pelo município para a criação de uma base de dados de conhecimento, e será apenas baseado nesta informação que o programa vai dar respostas”, descreveu Filipe Machado.
O projeto será apresentado na segunda-feira, dia da Cidade de Miranda do Douro (feriado municipal) e apenas dedicado aos Pauliteiros, podendo ser alargado a outros conteúdos de divulgação turística, cultural ou ambiental.
O município de Miranda do Douro tem em fase de preparação uma candidatura dos pauliteiros à Matriz PCI - Inventário Nacional do Património Cultural Imaterial.
A origem da dança dos Pauliteiros não reúne consenso entre os investigadores.
“Esta terá nascido durante a idade do ferro, na Transilvânia, espalhando-se posteriormente pela Europa”, afiançam alguns. Outros autores, tal como o Abade de Baçal, defendem que a sua origem se deve à clássica dança pírrica guerreira dos gregos.
Este investigador, já falecido e tido como uma das maiores referências etnografia do Nordeste Transmontano, dizia que via poucas diferenças entre esta dança e a dos Pauliteiros. tais como a substituição das túnicas pelas saias, o escudo pelo lenço sobre os ombros, os chapéus enfeitados e a utilização da flauta pastoril.
Mas a dança dos pauliteiros manifesta também vestígios de danças populares do sul de França e na dança das espadas dos suíços na idade média.
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