A startup de Braga irá receber um prémio de cinco mil euros, bem como uma bolsa para participar no programa internacional de crescimento empresarial Ignite Fast Track, da Universidade de Cambridge, no Reino Unido.

A NeuropsyAI fornece aos clínicos (neurologistas, psiquiatras e neurorradiologistas) relatórios personalizados de pacientes, que os ajudam a fazer diagnósticos, com antecedência e precisão, de vários distúrbios neuropsiquiátricos.

Estes relatórios são extraordinariamente necessários em várias situações. Por exemplo, no caso do Alzheimer, muitas vezes os doentes só recebem a confirmação da doença dois anos após a realização dos primeiros exames, o que leva a uma enorme progressão da doença. “Nós queremos evitar que os doentes estejam tanto tempo sem um diagnóstico e sem um tratamento correto”, diz Hugo Ferreira, CEO da NeuroPsyAI ao The Next Big Idea.

Com esta solução, os médicos podem enviar os exames dos doentes, no caso de serem inconclusivos, para um servidor Nuvem da NeuroPsyAI e a equipa elabora um relatório de análise de imagem por ressonância magnética, que faz recurso de algoritmos de Inteligência Artificial e que compara um conjunto de dados normativos, imagiológicos, com os dados do paciente. Ao fazer esta comparação, é possível extrair informações sobre o doente e saber se ele tem probabilidade de ter um determinado diagnóstico.

O primeiro caso prático desta startup foi a mãe de um amigo próximo de Hugo. “Ela estava a ter um diagnóstico particularmente difícil e, através da utilização do nosso sistema, conseguimos um diagnóstico provável em dois dias. Este diagnóstico veio a ser confirmado 6 meses mais tarde”, conta o co-fundador.

Para além das doenças neurodegenerativas, os fundadores da NeuroPsyAI, Hugo Ferreira, Diana Prata e Ricardo Maximiano, pretendem estender a análise às doenças psiquiátricas, como a esquizofrenia e autismo, que não fazem recurso a ressonâncias magnéticas pelo facto de as imagens convencionais não conseguirem perceber alterações. Porém, Hugo tem uma certeza: “com o nosso sistema nós conseguimos fazer essa análise”.

Além da NeuropsyAI, foram também selecionados, como segundo finalista, a Adapttech, empresa portuense que desenvolve tecnologias inovadoras para melhorar a qualidade de vida de pessoas com limitações físicas, através da otimização da adaptação de próteses aos membros dos pacientes, e, como terceira finalista, a Lifetag Diagnostics, uma biotecnológica de Cantanhede que desenvolve produtos no âmbito do diagnóstico e medição de parâmetros metabólicos envolvidos em processos de doença.

Os prémios, que vão na 11ª edição em Espanha, realizam-se pela primeira vez em Portugal no âmbito da estratégia do CaixaBank de implementar alguns dos seus programas no nosso país, após o BPI ter passado a fazer parte do Grupo CaixaBank em fevereiro de 2017. Nesta primeira edição, em Portugal participaram 146 empresas.

Esta é uma iniciativa do do BPI, CaixaBank e da Caixa Capital Risc.