A aplicação, Scan4Chem, em português, permite saber-se se os produtos que as pessoas compram contêm substâncias que suscitam elevada preocupação, sejam cancerígenas, tóxicas, persistentes no tempo (não se degradam), ou que interferem com o sistema hormonal.
“Testes feitos em vários países da União Europeia (em particular na Dinamarca, Suécia e Alemanha) demonstram que produtos como brinquedos, mobiliário, roupas, entre outros, podem conter substâncias químicas perigosas, que afetam a nossa saúde e o ambiente de forma negativa”, e que entram no corpo pelos alimentos ou pelo contacto com a pele ou do ar que se respira, alerta a Zero num comunicado em que dá conta da nova aplicação.
Segundo a Zero, para usar a aplicação basta fazer o “scan” do código de barras do produto, sendo também possível pedir informação caso esta não esteja disponível.
“Quantos mais pedidos forem enviados, mais os fornecedores colocarão informação sobre os seus produtos na base de dados: a Scan4Chem ficará com mais informação e todos os utilizadores poderão fazer compras de forma mais informada e segura. Quantos mais contactos forem adicionados, mais ficarão disponíveis para todos os utilizadores da app”, explica a Zero no comunicado.
A Scan4Chem está associada a uma base de dados europeia e ainda não tem muita informação disponível, pelo que os pedidos de informação vão ajudar a crescer a aplicação, explica a Zero, que recomenda o uso da aplicação nas compras diárias.
A organização ambientalista lembra que a legislação europeia garante aos consumidores o direito de saber se um determinado produto contém substâncias que suscitam preocupação e que os fornecedores dos produtos são obrigados a responder a pedidos de informação.
Citando o estudo mais recente do Eurobarómetro (dezembro de 2019), a Zero enfatiza que 96% dos portugueses afirmam estar preocupados com o impacto das substâncias químicas presentes em produtos de uso diário na sua saúde. Um número ligeiramente mais elevado – 97% - assume ter essa mesma preocupação em relação ao impacto no ambiente.
“Estes dados são uma indicação clara de que é urgente que haja maior transparência e comunicação sobre o que podemos encontrar nos produtos que usamos diariamente, bem como um maior investimento das empresas na produção de artigos não tóxicos”, diz a Zero.
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