E se Channing Tatum fosse um criminoso em Magic Mike?

A resposta está em Toy Boy (e daí talvez não). A série espanhola está há várias semanas no top dos mais vistos da Netflix mas, tirando as cenas de rapazes a mostrar o seu fuego latino nas performances num clube de striptease, pouco ou nada tem a ver com o filme de 2012.

O primeiro episódio começa com um show de anca da personagem principal, Hugo Beltran, e do seu grupo de bailarinos numa festa. Mas os primeiros minutos enganam quem quer ver a série só pelos troncos nus suados. Depois da festa inicial, surge uma nuvem turva de incógnitas e Hugo é acusado de matar o marido da mulher com quem andava envolvido, uma das pessoas mais influentes na cidade, e acaba na prisão. Sete anos depois, sai em liberdade condicional e tenta provar a todo o custo que não cometeu o crime.

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Podemos dizer que Toy Boy é a melhor série do mundo? Não. Podemos dizer que quebra qualquer cliché? Não, até porque está cheia deles. Mas Toy Boy entretém-nos sem exigir muito, e deixa-nos intrigados por não termos ainda as respostas que queremos.

  • Já que falamos de séries espanholas, partilho convosco que estou em contagem decrescente para a chegada de Valeria. Pelo trailer, percebemos que a série gira à volta das peripécias de uma mulher jovem, Valeria, e do seu grupo de amigas, muito ao estilo Sexo e a Cidade nos dias de hoje. Já não falta muito para descobrirmos mais detalhes, visto que chega à Netflix no dia 8 de maio.

Streaming para além do mainstream

Quando se fala de plataformas de streaming, Netflix e HBO são algumas das mais conhecidas mas, por cá, há outra que tem passado despercebida para muitos. A Filmin serve de casa ao cinema independente e a subscrição dá acesso a várias obras-primas que poder ter passado ao lado de muitos radares cinematográficos, nomeadamente no que diz respeito ao cinema português. Deixo-vos três sugestões de filmes para ver:

  • A Herdade foi a escolha da Academia Portuguesa de Cinema na última corrida aos Óscares. A longa-metragem de Tiago Guedes retrata uma família tradicional portuguesa, proprietária de um dos maiores latifúndios da Europa nos anos 40, e está disponível em versão minissérie.
  • Para quem gosta de filmes com a guerra como pano de fundo, Mosquito é considerado visualização obrigatória. O filme tem lugar na mesma época do aclamado 1917, de Sam Mendes, ou seja, durante a Primeira Guerra Mundial, mas o cenário de fundo é Moçambique, colónia portuguesa, onde, para além da guerra, se combatia o surto de malária;
  • A minha última sugestão é um dos meus filmes portugueses preferidos. Aquele Querido Mês de Agosto não tem grandes mistérios, é um híbrido entre ficção e documentário, que nos aquece o coração e nos faz ter saudades de sítios onde não há rede de telemóvel e a banda sonora é a música popular portuguesa

À terceira (temporada) é de vez 

Todos temos uma série que começamos a ver e que, por alguma razão, acabámos por deixar a meio. Recentemente, lembrei-me de voltar a pegar numa delas: Killing Eve. Vi os primeiros episódios quando saiu, em 2018, mas só agora, após a estreia da terceira temporada, é que consegui voltar a dedicar-me “a sério”.

A série está disponível na HBO e acompanha Eve Polastri, interpretada por Sarah Oh (também conhecida pelo papel de Christina em Anatomia de Grey), uma agente dos serviços secretos britânicos com uma obsessão por mulheres assassinas. Do outro lado, temos a má da fita: Villanelle (Jodie Comer), uma psicopata que tem como ocupação ser assassina profissional.

Eu sei, eu sei, com este resumo (onde faltam muitos detalhes) parece que já conseguimos adivinhar a história: o gato (Eve) vai atrás do rato (Villanelle) e tudo vai acabar bem quando a vilã vai presa. Mas é aí que Killing Eve nos surpreende e agarra. As duas protagonistas criam uma ligação invulgar e assistimos a um jogo da apanhada cujo desfecho não conseguimos prever. Ainda só vou a meio da segunda temporada, mas é desta que vejo até ao final e fico à espera da quarta (que já foi confirmada há uns meses).

  • Um rewind antes da nova temporada: Para aqueles que, quando sai uma nova season, têm dificuldades em lembrar todos os detalhes das temporadas passadas, o IMDb dá uma ajudinha. Cheat Sheet é o nome da rubrica que faz um throwback a tudo o que aconteceu nos episódios anteriores. Fiquem com o exemplo de Killing Eve (obviamente com spoilers).

Créditos Finais

  • Já estão disponíveis as primeiras três temporadas da série El Ministerio del Tiempo na HBO. O original espanhol de sucesso deu posteriormente origem a várias adaptações, inclusive em Portugal, com a série Ministério do Tempo, emitida na RTP;
  • Na impossibilidade de irmos aos espetáculos dos nossos comediantes preferidos, espreitem o solo mais recente de Guilherme Duarte. Só de Passagem já está disponível no YouTube e foi direto para as tendências;
  • O ballet não tirou férias e a Ópera Nacional de Paris presenteou a internet com um vídeo dos seus bailarinos em tempos de quarentena. Um excerto de cinco minutos do bailado Romeu e Julieta, com um cenário caseiro no fundo, como forma de homenagem a todos os médicos e enfermeiros que trabalham para combater a pandemia da covid-19.