Em Bruges situa-se o célebre café Bruges Beer Wall. Para além da enorme variedade de cerveja, o restaurante é revestido de frases que lhe são dedicadas. “Aqui está o álcool. A causa e a solução de todos os problemas da vida”, de Homer Simpson. “A cerveja é a prova que Deus nos ama e que nos quer feliz”, de Benjamin Franklin. E os turistas gostam. Contudo, Philip Maes, dono do estabelecimento, diz, ao jornal The Guardian, que perde cerca de 4 mil copos em cada ano porque as pessoas, quando pagam pela cerveja, assumem indevidamente que podem levar o copo como lembrança. Em resposta, Maes investiu em alarmes de segurança e num “scanner” colocado à saída da loja. “Há turistas que gostam de andar com os copos. Por alguma razão, pensam que, quando pagam para beber algo, recebem o copo como presente”.
Do outro lado da cidade, em Ghent, fica o bar Dulle Griet, conhecido por oferecer cerca de 500 tipos de cervejas diferentes. Atormentado pelo mesmo problema, Alex Devriendt tomou também medidas, ainda que mais rebuscadas. “Quem bebe cerveja na nossa casa tem de tirar um sapato”, conta ao jornal belga Nieuwsblad. Os sapatos são então colocados num cesto que fica encostado ao teto - e ali ficam, até a pessoa sair do café. “O cesto tornou-se numa atração, mas para nós continua a ser uma garantia”.
Os copos de cerveja não são assunto simples. Considerados um ícone na Bélgica, assumem várias formas e tamanhos, pensados ao detalhe para cada tipo de cerveja.
Por exemplo, os copos com boca larga soltam, de melhor forma, o aroma, favorecendo cervejas perfumadas. Por outro lado, os copos que possuem bocas mais estreitas são um suporte para a formação de espuma. A caneca é associada às cervejas leves e aos momentos de festa - tendo uma espessura grossa preparada para brindar com os amigos.
Na Bélgica, aponta o The Guardian, o copo favorito dos turistas é o da cerveja “Insignia” da Brugse Zot, a cervejaria do centro da cidade.
A empresa familiar responsável pela comercialização destes copos oferece-os como forma de promoção da marca. Contudo, esta medida acarreta cada vez mais custos. “Todos os meses temos de entregar mil copos em Bruges”, diz Jan Paillaert. “Os copos são um mal necessário para os cervejeiros. Eles são o nosso cartão-de-visita, nós queremos que eles estejam em todos os cafés. Mas custam dinheiro quando as pessoas se vão embora com eles”.
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