Num passeio pelo novo parque, o presidente do município, Fernando Medina (PS), salientou a “devolução que é feita à cidade, aos cidadãos, aos lisboetas” de “um espaço absolutamente extraordinário”, num ano em que Lisboa é Capital Verde da Europa.
“Este era um espaço que estava atravessado por uma zona de circulação automóvel, também por zonas abandonadas, sem utilização nenhuma, e hoje é um parque verde, um parque ribeirinho extraordinário, com mais de quatro hectares, mais de 600 metros de frente de rio”, disse, aos jornalistas.
Esta é a primeira fase do empreendimento. Na segunda, serão mais quatro hectares a partir do Loteamento da Matinha até ao Parque das Nações.
O município prevê que o prolongamento esteja concluído dentro de dois anos.
“O investimento deste parque é um investimento de cerca de dois milhões e 200 mil euros total, uma obra feita pela Câmara, através das compensações suportadas pelo empreendimento que é vizinho deste parque. A próxima fase seguirá um processo também do mesmo moldes ao nível das compensações urbanísticas, serão elas que o suportarão o financiamento da obra para a continuação desta obra poder ser realizada”, disse Medina.
“Nós esperamos que num prazo de ano e meio, dois anos, poderemos ter a fase seguinte concretizada, isto é, quatro hectares a juntar a estes quatro”, acrescentou.
Junto às antigas docas, as grades que impediam o acesso à antiga zona industrial desapareceram e, além dos espaços ajardinados com espécies autóctones, foram construídas ciclovias, espaços para correr ou circular e parques infantis.
Foram também construídos equipamentos de apoio, como casas de banho e um espaço para bicicletas, duas cafetarias e uma biblioteca ou espaço de troca de livros, em antigos contentores marítimos adaptados.
“Quem quiser vir andar de bicicleta, quem quiser simplesmente passear, usufruir desta vista e também quem quiser também pescar pode vir aqui pescar. A pesca recreativa é aqui permitida e pode aqui ser realizada”, sublinhou o autarca, considerando que “as áreas verdes, os jardins, os parques são talvez das marcas mais importantes desta visão” que pretende “humanizar” a cidade “para a fruição de todos”.
Esta visão “implica um conjunto muito grande de transformações”, nomeadamente “retirar automóveis, devolvendo o espaço público às pessoas, mas também devolvendo uma coisa essencial que é a qualidade do ar”, afirmou, referindo-se à anunciada restrição de circulação de carros na Baixa da cidade, “uma zona com indicadores de poluição na Avenida da Liberdade e na Almirante Reis que muitas vezes ultrapassam os limites legais que seriam admissíveis”.
“Todas estas medidas, que vão em linha com o que se está a fazer noutras cidades da Europa e do mundo, enfrentam naturalmente críticas, enfrentam pensamentos diferentes. Nós estamos muito disponíveis para trabalhar com todos para adaptar as soluções, nomeadamente relativamente à Baixa, dentro do quadro geral de redução dos automóveis, redução do trânsito de atravessamento e criação de condições para a fruição da Baixa”, acrescentou.
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