Como demos conta na semana passada, o nosso podcast está em modo pausa, e o João, o Miguel e a Mariana estão a gozar um merecido período de férias. Depois de três anos a produzir e a lançar pelo menos um episódio semanal, achámos que esta é uma boa altura para parar e pensar no que virá a seguir para todos os que nos escutam.

Mas, pese embora o facto de nesta sexta-feira não haver novo episódio para ouvir, a newsletter Acho Que Vais Gostar Disto - esta mesmo que estão a ler - prossegue a ordem dos trabalhos como habitualmente. Ou seja, vai continuar a apresentar aos seus leitores um leque de sugestões do que ver, ler e ouvir e a servir um cocktail com as últimas novidades do sempre agitado mundo do entretenimento.

Feito o devido parênteses, passemos então às recomendações da semana: The Boys (Prime Video) e Presumível Inocente (Apple TV+).

The Boys

A popular e aclamada série dos anti-heróis está de regresso e os três primeiros episódios da quarta temporada já se encontram disponíveis. No total serão oito, saindo um novo todas as quintas-feiras.

Sem fazermos spoilers, que já vimos os três, estamos à vontade para dizer o seguinte: The Boys continua com a irreverência e humor de sempre, e o gore e nudez mantêm-se firmes e a roçar estoicamente a linha do nojento com o altamente. No entanto, nota-se que algo mudou. O tom está mais negro e pesado. Especialmente no arco narrativo das personagens.

Vemos e apercebemo-nos bem disso quando Butcher tenta reconciliar-se com ele próprio ou quando Homelander batalha com uma crise de meia-idade que o faz ter inveja do filho. Na quarta temporada, o tempo não perdoa e os cabelos brancos também não. Tenha-se ou não poderes.

Assim como já não é só uma crítica ao culto dos super-heróis influenciadores e dos likes. The Boys evoluiu, amadureceu, e mete o dedo na ferida. Quando tem de rasgar, rasga a sociedade como um todo. E quando o faz, fá-lo à boleia do que todos os dias vemos no noticiário ou nas redes sociais para que não fiquem dúvidas de que algo não está bem. Quer na ficção da série, quer na realidade do nosso mundo. Porque a primeira inspirou-se claramente na segunda.

Presumível Inocente

O romance de Scott Turow deu origem a duas adaptações: a primeira no grande ecrã, nos anos 90, com Harrison Ford; a segunda estreou esta quinta-feira, na Apple TV+, com Jake Gyllenhaal a assumir o papel do protagonista, um procurador-adjunto que se vê em maus lençóis.

Criada por David E. Kelley (“Love & Death”, “The Undoing”, “Big Little Lies” e muitas outras), é uma minissérie que nos leva para os bastidores do Ministério Público de Chicago que fica de pernas para o ar quando um dos seus advogados mais promissores (Gyllenhaal) fica encarregue do caso do homicídio grotesco de Carolyn Polhemus (interpretada por Renate Reinsve, de “A Pior Pessoa do Mundo”) — sua colega de trabalho e com quem traiu a mulher.

No estilo habitual de David E. Kelley, a série explora temas como a obsessão, o sexo, a política, o poder e os limites do amor. Para quem gosta do estilo, é conteúdo a manter debaixo de olho.

Os dois primeiros episódios já estão disponíveis na plataforma de streaming da maçã e há um novo a sair todas as quarta-feiras.