Se não tiver desistências à última da hora, o Porto Palácio Hotel, que teve “a sorte de abrir” um novo espaço no 19.º andar antes da pandemia da covid-19 assolar o país, conta receber entre 50 a 60 pessoas para celebrar a ceia e o almoço de Natal.

“Normalmente fazemos no nosso centro de congressos que tem capacidade para mais de 200 pessoas, mas este ano não o fizemos. Tivemos a sorte de abrir um novo espaço que garante o espaçamento necessário entre as mesas”, contou hoje à Lusa, Teresa Martins, diretora da unidade hoteleira situada na Avenida da Boavista.

Ainda que a quadra de Natal esteja “livre de restrições”, a capacidade dos restaurantes dos hotéis não está, uma vez que apenas é permitida metade da habitual lotação.

Para contrabalançar essa restrição, as unidades hoteleiras da cidade vão apostar em novos serviços como o ‘take away’ que, no Porto Palácio Hotel já é tradição há 35 anos.

“São 35 anos de tradição de ‘take away’ no Porto Palácio, já experimentámos diferentes conceitos, mas acabamos por optar sempre pelo menu tradicional”, afirmou Teresa Martins, acrescentando que este ano se “sentiu um aumento da procura”.

Entre o peru, o polvo, o bacalhau e o cabrito, lá se vão dividindo as famílias, não só entre as iguarias, como também à mesa.

No Sheraton Porto Hotel & Spa, também na Avenida da Boavista, são esperadas cerca de 60 pessoas, tanto na ceia, como no almoço e jantar do dia de Natal, mas este ano “algo engraçado aconteceu”, contou Joana Almeida, diretora da unidade hoteleira.

“Temos famílias que se vão dividir, alguns elementos vem passar ao hotel e outros vão ficar em casa”, afirmou, acrescentando que os que optaram por ficar em casa aderiram ao novo serviço de ‘take away’ que, devido à pandemia, se “restruturou”.

“As pessoas dividiram-se, mesmo no ‘take and share’ não temos pedidos para mais de sete pessoas, isso significa que as pessoas estão a limitar também em casa o número de elementos e isso é bom sinal”, observou Joana Almeida.

Apesar de também terem considerado implementar ‘take away’ no Crowne Plaza Porto, a poucos quarteirões do Sheraton, chegaram à conclusão de que “não valeria a pena”, disse à Lusa, Gloria Peixe, diretora de vendas e marketing da unidade hoteleira.

À medida que as medidas do Governo iam sendo anunciadas, também algumas desistências de reservas e a unidade hoteleira, que conta receber entre 20 e 30 pessoas tanto na ceia, como no dia de Natal, apostou na reorganização do espaço, por forma a ter o espaçamento necessário entre mesas.

“A maioria dos clientes são habituais”, disse Glória Peixe, adiantando que em média os grupos que vão receber são de quatro elementos.

Da Avenida da Boavista à baixa da cidade, o ritual dos hotéis do Porto foi semelhante: aguardar pelas diretrizes do Governo para organizar a quadra natalícia.

No Grande Hotel do Porto, na habitual e também hoje agitada Rua de Santa Catarina, é esperada “casa cheia” com cerca de 50 pessoas a juntarem-se, ainda que algumas famílias divididas por diferentes mesas, afirmou Marta Henriques, diretora do hotel.

“As famílias que vem tipicamente não são grandes”, disse Marta Henriques, acrescentando, que devido à pandemia optaram por não fazer o “típico buffet”, apenas na parte das sobremesas.

À semelhança do Grande Hotel do Porto, também no Intercontinental Hotel, na Avenida dos Aliados “se optou por não fazer serviço de buffet”, contou Carlos Teixeira, diretor de comidas e bebidas da unidade hoteleira.

Sem terem recebido qualquer desistência, para a ceia e dia de Natal estão já confirmadas 40 pessoas e o serviço de take away, implementado em junho aquando da reabertura, conta também com 10 pedidos para a ceia e oito para o dia de Natal.